Um idoso de 70 anos, residente em Santos, no litoral de São Paulo, foi preso sob acusações de fraudar documentos para financiar um carro de luxo. Segundo informações da Polícia Civil e do Ministério Público Federal (MPF), ele adulterou uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e também está sendo investigado por aplicar golpes emocionais em mulheres através de aplicativos de relacionamento. Após a prisão, o idoso foi colocado em liberdade sob o uso de tornozeleira eletrônica.
Detenção e alegações de fraude
Conforme relatado, a prisão do idoso ocorreu em 15 de setembro, após a Polícia Civil encontrar um documento falso em nome de outra pessoa, juntamente com um boleto do financiamento do veículo em sua residência. Além disso, o homem foi reconhecido pelo vendedor do carro, evidenciando seu envolvimento no crime. O MPF ainda solicitou a prisão preventiva do idoso, alegando que ele estaria se escondendo da Justiça para continuar praticando fraudes, fazendo assim “vítimas em série”.
O idoso não apresentou defesa nos autos do processo, que investiga a fraude no financiamento. O descarte da documentação foi um fator que levou à prisão. Não obstante, ele já tinha antecedentes, pois em 2018 foi condenado em primeira instância pelo crime de estelionato. Outro aspecto relevante da investigação é a atuação do idoso em um esquema de golpes em que ele se apresentava como um empresário de sucesso, enganando suas vítimas emocionalmente e extraindo grandes quantias de dinheiro delas.
Aplicação de golpes emocionais
Em um dos casos documentados, o idoso conheceu uma mulher em um aplicativo de relacionamento, apresentando-se como um empresário quebrou e voltou da Europa após enfrentar problemas financeiros por conta de dívidas dos filhos. Segundo o boletim de ocorrência, ele conquistou a confiança da vítima com promessas de amor e a enganou para que ela emprestasse mais de R$ 350 mil. Contudo, após a revelação da fraude, a mulher ficou em uma situação financeira extremamente delicada.
Decisão judicial e medidas cautelares
A juíza Michelle Camini Mickelberg, da 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo, decidiu revogar a prisão preventiva do idoso, optando por substituí-la por medidas de monitoramento eletrônico. Essa decisão levou em consideração a saúde debilitada do réu, além da ausência de indicações de que ele tentava fugir da Justiça. As medidas cautelares em vigor exigem que o idoso compareça bimestralmente ao juízo, informe mudanças em seus dados de contato e compareça a convocações da polícia e do MPF.
O advogado do idoso, Octavio Rolim, declarou que os elementos já colhidos na investigação estão sendo analisados e que seu cliente nega veementemente as acusações. Ele também afirmou que a equipe está comprometida em demonstrar a inocência do idoso em um futuro próximo.
Implicações dacompanhamento eletrônico
A aplicação de tornozeleira eletrônica não é apenas uma medida de controle, mas também visa proteger a sociedade. Essa tecnologia permite que as autoridades mantenham supervisão sobre o idoso enquanto ele responde aos processos judiciais vigentes. A decisão da Justiça demonstrou equilíbrio ao ponderar a saúde e a idade do réu, levando em conta o fato de que ele não cometeu os crimes com violência ou grave ameaça.
Com a decisão da Justiça, o idoso permanece à disposição das autoridades, aguardando os desdobramentos da ação penal, que poderá determinar o seu destino nas próximas etapas do processo. O caso tem gerado grande repercussão nas redes sociais e entre os moradores de Santos, levantando debates sobre a segurança e a proteção dos cidadãos contra fraudes.
Em suma, o caso do idoso de 70 anos, cuja vida tem sido marcada por suspeitas de fraudes e golpes emocionais, serve como alerta para a necessidade de vigilância em relação a relacionamentos virtuais e a importância da Justiça em casos de fraudes financeiras. Com a sociedade cada vez mais integrada à tecnologia, é vital que as vítimas fiquem atentas a comportamentos suspeitos.
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