Seul e Washington continuam sem consenso sobre o valor de US$ 350 bilhões em investimentos prometidos para reforçar o acordo comercial, pois a Coreia do Sul afirma não ter condições de pagar essa quantia. O assessor de Segurança Nacional, Wi Sung-lac, declarou à emissora Channel A News na noite de sábado que o país não suporta pagar esse montante, que representa mais de 80% de suas reservas internacionais.
Discrepâncias nas negociações de investimentos
O acordo, assinado em julho, prevê a redução das tarifas americanas de 25% para 15% em troca de investimentos bilionários. Entretanto, as autoridades sul-coreanas buscam empréstimos e um acordo de swap cambial bilateral com os Estados Unidos para aliviar o impacto econômico. Segundo Wi, essa quantia é “objetivamente e realisticamente” inviável para a Coreia, que ainda planeja explorar alternativas até a cúpula da APEC, em Gyeongju, no próximo mês.
Questões de vistos e impacto econômico
O governo sul-coreano também anunciou que negocia com os EUA a revisão do sistema de vistos após diversas detenções de sul-coreanos na operação de uma fábrica de baterias na Geórgia, no início de setembro. O primeiro-ministro Kim Min-seok afirmou que os investimentos no país permanecem suspensos até que os problemas de vistos sejam resolvidos, pedindo agilidade para tranquilizar os profissionais sul-coreanos no exterior.
Necessidade de avanços na diplomacia cultural
Recentemente, a Coreia tem utilizado sua indústria cultural, incluindo a diplomacia do K-Pop, como ferramenta de influência política externa, uma estratégia que aproxima o país de parceiros como os EUA.
Outras negociações e cancelamentos
O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, teria informado às autoridades sul-coreanas que Washington prefere investimentos em dinheiro, não em empréstimos, uma posição que soma às tensões nas negociações. Apesar das divergências, Wi afirmou que o governo dos EUA busca alternativas e espera avanços no encontro dos líderes na cúpula da APEC.
Por outro lado, o ministro das Finanças da Coreia, Koo Yun-cheol, concluiu negociações separadas sobre a taxa de câmbio com os EUA, prometendo divulgar detalhes em breve, conforme a agência Yonhap. O país permanece atento às medidas necessárias para equilibrar sua economia diante do impasse atual.
Implicações para a relação bilateral
O impasse evidencia as dificuldades em concretizar um acordo de investimentos bilionários, essenciais para a recuperação econômica da Coreia do Sul, ao passo que o fechamento de outras frentes, como o sistema de vistos, põe em xeque a cooperação entre ambos os países.
Mais detalhes sobre as negociações em curso podem ser acessados na reportagem completa do Globo: Coreia do Sul não pode pagar US$ 350 bilhões em acordo com Trump.
