A estratégia de investir nas Sete Magníficas, um grupo que dominou o mercado de ações dos Estados Unidos nos últimos anos, está perdendo força. Com o avanço da inteligência artificial, empresas como Broadcom, Oracle e Palantir estão ganhando destaque e podem se tornar novas referências para investidores, indicando uma mudança de paradigma em Wall Street.
O declínio das Sete Magníficas e o surgimento de novas estrelas
Por quase três anos, o grupo formado por Nvidia, Microsoft, Apple, Alphabet, Amazon, Meta e Tesla foi o centro das atenções no mercado de ações, principalmente após o sucesso do ChatGPT, da OpenAI, que colocou a IA no centro da economia global. Essas empresas foram responsáveis por mais da metade da alta de mais de 70% do índice S&P 500 desde o início de 2023, mas esse cenário começa a se transformar.
Novo quadro: mais empresas, mais oportunidades
De acordo com especialistas, a aposta em IA se expandiu além das tradicionais favoritas de Wall Street. Empresas como Oracle, com alta de mais de 75% neste ano, e Palantir, disparada com uma valorização de 135% em 2025, mostram que o mercado de IA está mais diversificado do que nunca. “Uma empresa pode se tornar grande demais para ser ignorada”, afirma Jurrien Timmer, diretor de macro global da Fidelity Investments.
Estratégias alternativas e índices diferenciados
Investidores e analistas vêm criando grupos menores para capturar os verdadeiros vencedores da inteligência artificial. Algumas variações incluem o “Quatro Fabulosas”, formado por Nvidia, Microsoft, Meta e Amazon, ou o “Seis Grandes”, que exclui Tesla e inclui empresas como Broadcom. Além disso, a Cboe lançou o índice das Dez Magníficas, que amplia o grupo original para incluir empresas como Broadcom, Palantir e AMD, refletindo uma percepção de que o mercado está se tornando mais amplo e mais complexo.
Empresas tradicionais e novas apostas
Enquanto gigante como Apple e Tesla continuam sendo cotadas por investidores, seu desempenho em IA ainda não é suficiente para mantê-las na liderança. Apple, por exemplo, é vista como atrasada em tecnologia de inteligência artificial, e Tesla enfrenta dificuldades no seu segmento de veículos elétricos. Por outro lado, companhias como Oracle e sua forte presença na computação em nuvem de IA continuam a demonstrar potencial de crescimento.
Perspectivas para o futuro da IA em Wall Street
Profissionais de investimento ressaltam que o foco final da IA não está apenas nas empresas que a desenvolvem, mas naquelas que oferecem plataformas, serviços e produtos que utilizam essa tecnologia para melhorar eficiência e crescimento. A mudança pode gerar novas estrelas e deixar antigas líderes de lado, como já aconteceu em ciclos anteriores do mercado.
Segundo especialistas, há o risco de uma rotação abrupta e de avaliação exagerada em algumas empresas que lideram atualmente, o que pode provocar uma mudança disruptiva na liderança do setor. “Ainda não estamos em níveis de avaliação que façam causar preocupação, mas o cenário sugere que a fase de liderança das Sete Magníficas pode estar chegando ao fim”, analisa Timmer.
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