Brasil, 28 de setembro de 2025
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Americanos enfrentam trauma coletivo, explicando muitos de seus comportamentos

Especialistas alertam que a exposição constante a notícias negativas e eventos traumáticos causa um impacto profundo na saúde mental dos americanos.

Nos últimos meses, os Estados Unidos têm vivido uma verdadeira onda de eventos traumáticos, incluindo tiroteios em massa, debates acalorados e crises globais, o que leva especialistas a apontar um fenômeno de “trauma nacional”.

O que é a trauma coletiva e como ela afeta os americanos

De acordo com a terapeuta Saba Lurie, proprietária da Take Root Therapy, essa condição ocorre quando uma sequência de eventos negativos impacta toda uma sociedade, gerando ansiedade, insegurança e uma sensação de vulnerabilidade generalizada. “A combinação de notícias 24 horas por dia, algoritmos de redes sociais e crises globais cria uma tempestade perfeita para o trauma secundário em larga escala”, explica.

Por que nosso corpo reage ao trauma na tela da mesma forma que ao vivenciado

Quando somos expostos a ameaças, mesmo que apenas na mídia, nosso sistema nervoso reage como se estivéssemos realmente em perigo. A liberação de hormônios como cortisol e adrenalina provoca aumento no ritmo cardíaco, pressão sanguínea elevada e uma preparação do corpo para lutar ou fugir, explica Lurie.

Ela acrescenta que o cérebro não consegue distinguir se a ameaça ocorre com a nossa presença ou se estamos apenas assistindo. “Por isso, nossa resposta fisiológica é a mesma, independentemente da origem da ameaça”, afirma.

O impacto físico e emocional do excesso de notícias

Relacionamentos, criatividade e produtividade podem ser afetados quando o corpo permanece em estado de alerta constante. Sintomas como fadiga, dores de cabeça, tensão muscular, ansiedade e irritabilidade são comuns, afirma Jenny Shields, psicóloga clínica. Se esses sinais persistirem, podem evoluir para ansiedade, depressão, pensamentos intrusivos e transtorno de estresse pós-traumático.

Segundo estudos, o excesso de exposição às notícias também altera nossa percepção do mundo, tornando-o menos previsível, menos confiável e mais perigoso. “As pessoas passam a se sentir menos seguras e confiantes na sociedade”, destaca Shields.

Como recuperar o controle diante do excesso de trauma

Se por um lado não podemos impedir que as tragédias aconteçam, há estratégias para diminuir o impacto emocional. Técnicas de respiração, atenção plena e conexão social ajudam a regular o sistema nervoso e a manter a calma. “Exercícios simples como a técnica 5-4-3-2-1, uma caminhada ou falar com alguém de confiança podem fazer a diferença”, reforça Lurie.

Além disso, estabelecer limites no consumo de notícias e escolher momentos específicos para se informar são passos importantes para preservar o bem-estar mental. “O equilíbrio entre envolvimento e autocuidado é essencial neste momento”, alerta a especialista.

Olhar para o presente e reforçar o apoio social

Practicar atividades que reforcem o sentimento de segurança, como passar tempo com entes queridos, dedicando momentos à rotina diária, ou realizar uma oração ou reflexão, pode ajudar o sistema nervoso a se estabilizar, garante Shields. O apoio social é uma ferramenta poderosa na redução da ansiedade derivada da exposição constante a um mundo de crises.

Por fim, a especialista recomenda que cada pessoa reconheça os próprios limites e priorize ações que promovam sensação de controle e esperança. Assim, é possível atravessar esse momento turbulento com mais equilíbrio emocional.

A situação de trauma coletivo nos Estados Unidos evidencia a importância do cuidado com a saúde mental na era da informação. Afinal, compreender a nossa reação ao que vemos e ouvimos é o primeiro passo para preservar nossa estabilidade em meio ao caos.

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