O presidente Donald Trump anunciou neste sábado que ordenou ao Pentágono o envio de tropas para “proteger” Portland, Oregon, de ações da Antifa, autorizando o uso “máximo da força, se necessário”. A medida ocorre uma semana após Trump classificar a Antifa como grupo terrorista doméstico, intensificando a postura de seu governo contra grupos de esquerda.
Decisão militar e contexto político
Trump afirmou, via rede social Truth Social, que, a pedido da secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, determinou ao secretário da Guerra, Pete Hegseth, que providencie todas as forças necessárias para resguardar Portland de ataques da Antifa e de outros “terroristas domésticos”.
Esta ação marca uma escalada na utilização do Exército para fins internos por parte da administração Trump em seu segundo mandato, o que tem levantado preocupações sobre o fortalecimento de táticas para sufocar a oposição política. Em junho, Trump já havia enviado 2.000 Guardas Nacionais e 700 Marines a Los Angeles para conter protestos de imigração, medida considerada ilegal por um juiz federal. Em agosto, implantou tropas na capital Washington, D.C., justificando a medida pelo combate à criminalidade, embora os índices de violência tenham diminuído.
Portland, palco de protestos por décadas
Portland tem tradição de protestos de orientação progressista e foi foco das manifestações do movimento Black Lives Matter em 2020, durante a Presidência de Trump. Desde então, a cidade tem sido alvo de tensões entre forças políticas opostas, o que agora culmina na possibilidade de intervenção militar direta.
Implicações e críticas
A movimentação do governo federal reforça o uso sem precedentes do aparato militar em operações de ordem interna. Especialistas alertam para a possibilidade de aumentos na polarização política e o risco de escalada de violência. A medida também levanta questionamentos sobre o respeito às garantias constitucionais e a liberdade de protesto nos Estados Unidos.
Reação da oposição
Líderes democratas e defensores dos direitos civis condenaram a decisão de Trump, alegando que o recurso às forças armadas pode representar uma violação aos direitos constitucionais e uma ameaça à democracia americana.
Perspectivas futuras
Analistas avaliam que a intervenção militar em Portland é uma tática que pode gerar consequências de longo prazo para a estabilidade política do país, aprofundando as tensões entre os poderes e entre diferentes grupos sociais.