Brasil, 27 de setembro de 2025
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Quem bloqueou a volta de Jimmy Kimmel? A guerra política por trás da transmissão

Após sua pausa devido a comentários polêmicos, Jimmy Kimmel volta ao ar, mas canais conservadores impedem seu acesso a milhões de telespectadores

Nesta terça-feira (24), Jimmy Kimmel retornou ao seu programa “Jimmy Kimmel Live!”, após uma suspensão provocada por comentários sobre Charlie Kirk. No entanto, a estréia não foi exibida para toda a audiência nos Estados Unidos. Empresas como Nexstar Media Group e Sinclair Broadcast Group, que juntas respondem por aproximadamente 70% das afiliadas da ABC, decidiram não transmitir o programa.

Conflito político e controle de conteúdo na televisão americana

Especialistas destacam que ambas as empresas, especialmente Sinclair, possuem uma orientação política conservadora, o que influencia suas decisões de programação. Segundo o The New York Times, Sinclair não só se recusa a exibir o programa, como também está relacionado a uma possível negociação de fusão com a Tegna, avaliada em US$ 6,2 bilhões. Essa negociação, segundo fontes, pode beneficiar a aprovação do acordo pela FCC, que precisaria aumentar o limite de alcance de transmissões de uma única corporação ao público.

Repercussões nas redes sociais e na opinião pública

Nos fóruns do Reddit, usuários relataram dificuldades em assistir ao retorno de Kimmel devido à ausência do programa nas afiliadas locais. Muitos discutiram estratégias de burlar o bloqueio, como streaming alternativo ou boicote às afiliadas e anunciantes. Outros se mobilizaram no debate sobre liberdade de expressão, criticando a postura das empresas conservadoras e chegando a questionar o papel do governo na censura.

Algumas pessoas mencionaram as exigências feitas por Sinclair, que pediu a Kimmel uma “doação pessoal significativa” à família Kirk e à organização Turning Point USA — uma ação vista por muitos como uma tentativa de chantagem ou extorsão. Além disso, a influência do CEO da Sinclair, que doou US$ 250 mil à Turning Point, foi apontada como uma prova de alinhamento político da empresa.

Outro aspecto relevante é o impacto da fusão entre Nexstar e Tegna, cujos executivos podem ser recompensados por ações que levam ao boicote de programas como o de Kimmel. Essa movimentação ocorre em um momento em que o presidente do FCC, Brendan Carr — nomeado por Trump — lidera esforços para limitar a liberdade de fala na TV americana, alinhando interesses políticos e econômicos.

Quem lucra com a censura? O impacto nas eleições e na democracia

Analistas afirmam que essa disputa demonstra o quanto a mídia atualmente é moldada por interesses políticos e econômicos. O bloqueio de um programa como o de Kimmel revela uma batalha pelo controle da narrativa pública, onde grandes empresas tentam impor uma visão conservadora ao evitar conteúdos considerados contrários às suas posições.

Para muitos, a saída está na mobilização dos telespectadores, que podem reforçar sua voz através do consumo consciente e escolhas de plataformas independentes.

Perspectivas e o que esperar

O governo e órgãos reguladores continuam atentos às movimentações, enquanto o público questiona até que ponto a liberdade de expressão é garantida na televisão americana. O futuro da transmissão de Kimmel ainda é incerto, mas sua volta ao ar se dá num contexto de forte disputa política e ideológica.

Assim, a questão vai além da programação: trata-se de um enfrentamento pelo direito à diversidade de opiniões na mídia e o impacto dessas decisões na saúde democrática do país.

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