Brasil, 27 de setembro de 2025
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Governo Lula enfrenta décima-terceira troca de ministros

Após a saída do ministro do Turismo, a gestão de Lula lida com pressão e mudanças em seus quadros.

A recente troca de ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) gerou repercussão. A décima-terceira mudança no primeiro escalão ocorreu após a saída de Celso Sabino do Ministério do Turismo, marcada por uma debandada do União Brasil do governo. Essa reestruturação reflete a pressão política e os descontentamentos que permeiam a Esplanada, especialmente em um contexto de crises e desafios enfrentados pelo governo.

Contexto da Demissão de Celso Sabino

A demissão de Sabino foi resultado de um ultimato dado pelo União Brasil, partido que já havia manifestado sua intenção de se retirar do governo. O partido decidiu antecipar a entrega de cargos, provocando a saída de Sabino, que ocupava a pasta desde julho de 2023. Esta troca é parte de uma série de mudanças que têm ocorrido com frequência no governo, resultando em uma média de uma nova troca de ministro a cada 76 dias desde o início do terceiro mandato de Lula, em janeiro de 2023.

Ministros que Saíram e Motivos das Mudanças

Além de Sabino, o governo Lula tem enfrentado várias saídas de ministros. Uma das mudanças mais notáveis foi a de Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, que deixou o cargo em abril de 2023 após a divulgação de vídeos que mostravam sua presença durante os atos golpistas de 8 de janeiro. A pressão pública e a insatisfação interna no governo resultaram em sua saída, evidenciando a fragilidade da situação de Dias desde o início da gestão.

Outra demissão emblemática foi a de Daniela Carneiro, que deixou o Ministério do Turismo em julho de 2023 devido à perda de apoio político. A ex-ministra solicitou desfiliação do União Brasil, o que a afastou ainda mais do governo, levando a uma troca que visava restaurar a aliança entre Lula e o partido para garantir base no Congresso.

As saídas se estendem também a outros ministérios, como o da Saúde, que passou por mudanças com a demissão de Nísia Trindade em fevereiro de 2025. Trindade, a primeira mulher a comandar a pasta, foi substituída por Alexandre Padilha após críticas à sua gestão, principalmente em relação às entregas e gestão de crises, como os surto de dengue e a falta de medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS).

Pressões Partidárias e Crises Internas

A pressão do Centrão, blocos políticos fundamentais para a governabilidade, tem sido uma constante. O ex-ministro da Justiça, Flávio Dino, também saiu em janeiro de 2024, sendo sucedido por Ricardo Lewandowski no STF, e a troca foi anunciada em um momento de reconfiguração dos espaços políticos dentro do governo. Dino foi um aliado importante, porém sua saída também está ligada à necessidade de agradar a diversos setores políticos.

A saída de Carlos Lupi do Ministério da Previdência em maio de 2025, menos de uma semana após a revelação de escândalos sobre desvio de aposentadorias, evidenciou a resposta rápida do governo às crises. Assim como outras saídas, Lupi enfrentou desgaste, mesmo não sendo diretamente implicado nas investigações. O governo buscou evitar mais danos à imagem em um período delicado.

Reflexões sobre a Governabilidade e o Futuro do Governo Lula

As constantes mudanças nos ministérios refletem uma tentativa do governo Lula de se adaptar a um ambiente político conturbado, marcado por crises internas e uma necessidade constante de equilíbrio entre alianças e a agenda de governo. Enquanto a estratégia política se torna cada vez mais complexa, a governabilidade será um desafio central para a continuidade da administração, especialmente em um ano crucial como o de 2024.

As trocas de ministros não apenas alteram o cenário administrativo, mas também suas repercussões nas políticas públicas e na forma como o governo se apresenta à sociedade. A pressão para manter um quadro estável e cobrar resultados tangíveis aumentará à medida que o governo se aproxima do processo eleitoral de 2026.

Num contexto onde o perfil do governo poderia ser muito influenciado por esses desgastes, fica claro que a habilidade política se tornará ainda mais necessária para garantir não apenas a governabilidade, mas também o fortalecimento da imagem do presidente à medida que se aproxima um novo ciclo eleitoral.

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