O assassinato de Igor Peretto, comerciante de Praia Grande, no litoral de São Paulo, chocou a comunidade local e chamou a atenção por suas circunstâncias dramáticas. No dia 31 de agosto de 2024, Igor foi brutalmente assassinado, e três pessoas foram acusadas de conspirar em sua morte: sua irmã por parte de pai, Marcelly Peretto, sua viúva, Rafaela Costa, e seu cunhado, Mário Vitorino. Recentemente, a Justiça local decidiu manter a prisão preventiva dos acusados, desconsiderando pedidos de prisão domiciliar, em um julgamento que expõe as complexidades emocionais e legais do caso.
O crime e os envolvidos
Segundo informações do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), o assassinato de Igor foi premeditado, com os acusados o vendo como um “empecilho” em um triângulo amoroso. A motivação para o crime, além de questões emocionais, teria sido também financeira, uma vez que a morte de Igor supostamente beneficiaria os três acusados economicamente. O MP argumenta que a morte de Igor criaria oportunidades financeiras, permitindo que Mário assumisse uma loja de motos que era de propriedade conjunta com a vítima e que Rafaela herdaria bens.
Na decisão do juiz Felipe Esmanhoto Mateo, ficou claro que a natureza do crime – considerado doloso, ou seja, intencional – justificava a manutenção das prisões. O juiz destacou que não havia indícios de que os acusados estivessem em condições que garantissem seus direitos fundamentais já que, conforme o artigo 318-A do Código de Processo Penal, já não se aplicaria a possibilidade de prisão domiciliar dada a gravidade dos atos cometidos.
A dinâmica do crime
Os eventos que levaram ao assassinato ocorreram em um apartamento onde, no momento do crime, estavam presentes Marcelly e Mário. Rafaela chegou ao local mas saiu rapidamente antes da chegada de Igor, levando em conta os relatos que indicam um relacionamento extraconjugal com Mário. O crime foi violento, com Igor sendo esfaqueado; caso tivesse sobrevivido, haveria a possibilidade de ficar tetraplégico, conforme laudos necroscópicos.
A Polícia Civil conduziu investigações com base em câmeras de segurança do prédio onde aconteceu o assassinato. As imagens mostraram que Rafaela e Marcelly estavam juntas no elevador do prédio em um momento que antecedeu a chegada de Igor com Mário. Após o crime, Mário e Marcelly supostamente planejaram uma fuga, evidenciando um possível acerto de contas emocional e financeiro que culminou em um assassinato brutal.
As reações das defesas
Os advogados dos acusados têm se manifestado sobre a penalidade, argumentando que a manutenção da prisão é imotivada. Leandro Weissman, que representa Marcelly, disse que o processo mostrou a improcedência da denúncia e que as alegações que conduziram à prisão não têm fundamento. “Estamos esperando uma decisão que confirme a inocência de minha cliente”, enfatizou.
Por outro lado, Yuri Cruz, advogado de Rafaela, também criticou a decisão judicial, alertando que a mera revisão de manutenção da prisão preventiva não deve ser usada como indício de culpa. Ele reafirmou a confiança em que a sentença final trará justiça para sua cliente. Até o momento, o advogado de Mário não pôde ser contatado.
O desdobramento do caso
O processo judicial ainda está em andamento, conforme a decisão da Justiça de Praia Grande. A próxima etapa envolve a determinação se os acusados serão levados a júri popular. A pressão social em torno do caso está aumentando, dado o teor do crime e os laços familiares envolvidos, e a expectativa é de que uma sentença seja concluída em breve.
O assassinato de Igor Peretto reabre discussões sobre crimes passionais e suas implicações jurídicas, emocionais e sociais. O caso é um lembrete sombrio de como relações complicadas podem levar a tragédias violentas, evidenciando a necessidade de um sistema judicial que absorva não apenas as condições legais, mas também os aspectos humanos envolvidos nas decisões de vida e morte.