Brasil, 27 de setembro de 2025
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Divisão na direita opõe clã Bolsonaro e Centrão nas eleições de 2026

A disputa interna entre os aliados de Bolsonaro se intensifica com a possibilidade de candidaturas para 2026.

O cenário político brasileiro se torna cada vez mais tumultuado à medida que se aproxima o ano eleitoral de 2026. Em um contexto de incertezas, a divisão entre o clã Bolsonaro e o Centrão se torna evidente, principalmente com a possibilidade de diferentes candidaturas e interesses em jogo. Um dos protagonistas dessa disputa é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), que começa a dar sinais de que pode abdicar de uma corrida presidencial.

O recuo de Tarcísio e a pressão de Eduardo Bolsonaro

Com a estratégia do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) cobrando a presença de Jair Bolsonaro ou de um familiar na corrida presidencial, Tarcísio parece estar se afastando da ideia de concorrer ao Planalto. O governador, que já foi visto como um potencial candidato à presidência, tem priorizado a sua reeleição no estado de São Paulo. Em suas declarações recentes, ele tem falado sobre “cansaço” e uma necessidade de focar em agendas locais, rechaçando a pressão que tem recebido do bolsonarismo, especialmente de seu filho Eduardo, que manifesta o desejo de ser ele mesmo o candidato presidencial.

Após críticas relativas a um discurso mais radicalizado em eventos como o 7 de Setembro, Tarcísio tem diminuído sua exposição pública e reafirmado sua intenção de se concentrar em suas responsabilidades estatais. De acordo com aliados, essa mudança de postura visa reduzir os ataques que vêm tanto da ala bolsonarista quanto da oposição à esquerda.

Cisão e apelo por união dentro da direita

Enquanto isso, a indefinição em torno das candidaturas tem causado atritos entre as diversas facções do campo político da direita. O presidente do PP, Ciro Nogueira, expressou sua preocupação com a fragmentação das forças aliadas a Bolsonaro, deixando claro que a falta de unidade pode comprometer as chances de vitória contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026. Nogueira criticou a atitude dos aliados que, segundo ele, podem arruinar a oportunidade de uma eleição favorável.

No entanto, as tensões aumentam entre apoiadores de Eduardo Bolsonaro e os demais partidos do Centrão. O deputado e outros aliados têm refratado a narrativa de Nogueira, demonstrando irritação com sua convocatória por união, além de rechaçar as tentativas de diálogo e conciliação.

Eduardo, por sua vez, tem se mostrado resistente a aceitar qualquer ajuda financeira de seu partido, o PL, o que acirra ainda mais os ânimos entre as lideranças políticas e evidencia a batalha interna por espaço no cenário eleitoral. A possibilidade de seu pai, Jair Bolsonaro, ficar inelegível parece ser uma sombra constante que motiva Eduardo a se movimentar com firmeza.

Perspectivas para as candidaturas de Tarcísio e Eduardo

A possibilidade de Tarcísio recuar da candidatura presidencial, em meio a sua reafirmação de buscar a reeleição, levanta questões sobre o futuro do apoio do Centro-direita. Para o secretário de Governo e Relações Institucionais, a prioridade é manter a estabilidade no governo de São Paulo e permitir que a escolha do candidato ocorra naturalmente. No entanto, essa estratégia pode apoiar a candidatura de ano eleitoral de outro candidato do grupo, caso Tarcísio escolha não concorrer.

Enquanto isso, a movimentação entre os governadores da direita, como Romeu Zema (Minas Gerais), Ratinho Júnior (Paraná) e Ronaldo Caiado (Goiás), sugere a formação de uma frente unificada, o que poderia complicar ainda mais as aspirações de Eduardo e da família Bolsonaro. Tarcísio, que tem sido cuidadoso com seus posicionamentos, pode ser visto como um trunfo para os movimentos de alianças dentro dessa coalizão.

Como cada partido tem se posicionado

  • PL: O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, reitera o apoio à candidatura de Bolsonaro, mas também mostra abertura para Tarcísio.
  • PP: Ciro Nogueira, figura de liderança do Centrão, apoia Tarcísio e clama por unidade entre os partidos da direita.
  • PSD: O partido mantém uma postura de apoio ao governador Tarcísio, mas está atento a outras opções viáveis para a presidência.
  • Republicanos: A sigla já fez referências a Tarcísio como um potencial candidato e resiste a pressões externas.

O desenrolar dessa disputa interna no campo da direita não apenas molda o cenário eleitoral de 2026, mas também coloca em evidência as fraquezas e divisões dentro do movimento que antes parecia monolítico. Resta saber como essas dinâmicas afetarão as decisões finais dos envolvidos e como o eleitor brasileiro reagirá a essas movimentações.

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