A China está fabricando e instalando robôs de fábrica em um ritmo muito maior do que qualquer outro país, reforçando sua posição dominante na manufatura mundial, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira (25) pela Federação Internacional de Robótica. O país, que enfrentou escassez de profissionais de saúde, investiu pesado na automação industrial nas últimas décadas.
Robôs e aumento de produtividade na China
Mais de dois milhões de robôs operavam em fábricas chinesas no ano passado, com quase 300 mil novos equipamentos instalados — mais que o restante do mundo somado, incluindo Estados Unidos, Alemanha, Japão e Coreia do Sul. Apesar de usar mais robôs, as fábricas chinesas também melhoraram sua produção, com o governo incentivando empresas a liderar tecnologias avançadas como inteligência artificial e semicondutores.
Estratégia governamental e impacto global
Desde 2015, a política de incentivo à robótica na China faz parte do plano Made in China 2025, que visa reduzir importações de produtos manufaturados avançados. O esforço coordenado possibilitou que, no último ano, a participação chinesa na fabricação mundial de robôs chegasse a um terço do mercado global, enquanto o Japão, líder anterior, viu sua cota cair para 29%.
Investimentos e produção local
A maior parte dos robôs fabricados na China são produzidos localmente, com quase 60% das máquinas instaladas no último ano sendo de origem nacional. A presença de startups e empresas que produzem componentes especializados, como articulações motorizadas, também cresceu rapidamente, com a Unitree Robotics planejando abrir capital até o final do ano. Robôs humanoides chineses custam cerca de US$ 6 mil, uma fração do valor de empresas americanas, como a Boston Dynamics.
Desafios na cadeia de componentes e vantagem na indústria
Apesar do avanço, as fabricantes chinesas ainda enfrentam dificuldades na produção de componentes essenciais, como sensores e semicondutores. Cameron Johnson, consultor em Xangai, destacou que “um robô humanoide de ponta seria quase totalmente fabricado fora da China, com alguns componentes chineses, mas muito da tecnologia é internacional.” No entanto, a China mantém vantagens na robótica industrial, com eletricistas e programadores qualificados capazes de instalar robôs e melhorar seu desempenho usando inteligência artificial.
Perspectivas futuras
Segundo analistas como Susanne Bieller, secretária-geral da Federação Internacional de Robótica, o esforço contínuo de investimentos e políticas públicas tem consolidado a posição da China como líder global na automação industrial. Enquanto isso, outras nações reduzem suas instalações de robôs, como Japão, Estados Unidos e Alemanha, mostrando o ritmo acelerado da produção chinesa.
Mais detalhes sobre esse crescimento podem ser acessados no relatório da Federação Internacional de Robótica.
