Nos últimos dez anos, o Brasil vivenciou um alarmante número de mortes entre a população indígena Yanomami, totalizando quase 3 mil óbitos. As informações fazem parte de dados obtidos pelo Metrópoles através da Lei de Acesso à Informação e foram divulgados pelo Ministério da Saúde. As principais causas desses falecimentos são pneumonia, desnutrição grave e, em menor escala, atos de violência.
A situação alarmante dos Yanomami
Desde o ano de 2023, o governo federal tem implementado uma série de iniciativas para melhorar a assistência aos povos indígenas, especialmente aqueles da etnia Yanomami. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou uma emergência de saúde pública no território, devido ao crescente número de casos de desnutrição e outras doenças, incluindo malária e infecções respiratórias agudas.
Um resultado visível dessas ações foi a redução nas taxas de mortalidade. Entre 2023 e 2024, houve uma queda de 21% nos óbitos, que passaram de 428 para 336 no território. Apesar da diminuição dos números, o cenário ainda é grave e exige a permanente atenção das autoridades competentes.
Estatísticas de Mortes Yanomami
- Os dados abrangem o período de 2015 a 2024, totalizando 2.918 óbitos registrados.
- O pico de mortalidade ocorreu em 2023, com 428 mortes.
- A emergência de saúde pública decretada em 2023 resultou na mobilização de recursos e esforços para melhorar a situação no terreno.
- Até o momento, o governo investiu R$ 596 milhões para promover melhorias na saúde dos Yanomami.
A maioria das mortes foi registrada entre crianças menores de 4 anos, totalizando 1.071 bebês com menos de um ano e 420 crianças entre 1 e 4 anos. Idosos, por sua vez, também apresentaram um número significativo de óbitos, com 120 mortes na faixa etária acima de 80 anos. As causas das mortes são alarmantes, destacando-se a pneumonia não especificada, responsável por 372 falecimentos, seguida pela desnutrição grave, com 251 registros.
Causas de Mortes e Respostas do Ministério da Saúde
De acordo com a análise, a agressão, seja por meios não especificados ou por disparos de arma de fogo, figura entre as principais causas de óbitos na região. Com a situação crítica, o Ministério da Saúde foi questionado e apresentou suas iniciativas para enfrentar o problema. Um aumento significativo no número de profissionais de saúde foi observado, com um salto de 690 em 2023 para 1.855 em 2025.
A pasta também informou que o investimento de R$ 596 milhões vem sendo direcionado para recuperação e melhoria da infraestrutura das unidades de saúde na terra indígena, o que já trouxe alguns resultados positivos. “Casos agudos e graves já podem ser atendidos com urgência no próprio território, beneficiando cerca de 10 mil indígenas de 60 comunidades. Reabrimos sete polos que estavam fechados ou destruídos e estabelecemos 37 polos base e 40 Unidades Básicas de Saúde Indígena (UBSI) em funcionamento, conectadas à internet para facilitar o acesso a serviços de telessaúde”, afirmou o Ministério.
Adicionalmente, a ampliação da vacinação foi significativa, alcançando um aumento de 65%, com 53 mil doses aplicadas até o momento. As medidas têm mostrado uma queda no número de mortes, com uma redução de 33% de janeiro a junho de 2025 em comparação ao mesmo período de 2024. O que mostra que, embora a situação ainda seja grave, os esforços do governo estão começando a surtir efeito.
O caminho a seguir
Apesar da queda na mortalidade e a implementação de melhorias nos serviços de saúde, o desafio permanece na assistência contínua ao povo Yanomami e na necessidade de combater as causas profundas que têm contribuído para essa situação lamentável. O Brasil precisa continuar investimento e acompanhamento dos programas de saúde, a fim de oferecer uma vida digna aos seus povos indígenas. A luta pela preservação dessa cultura e pelo reconhecimento dos direitos dos Yanomami deve ser uma prioridade.
O Brasil continua registrado quase 3 mil mortes de Yanomami, mas com novas esperanças a partir das ações governamentais, que buscam não só tratar os sintomas, mas também atacar as causas das doenças e vulnerabilidades enfrentadas por essa população.