Com o foco dos meios de comunicação americanos na política interna, muitos desenvolvimentos internacionais de impacto ficam à margem da atenção pública. Desde mudanças na política monetária no continente europeu até acordos de defesa no Oriente Médio, esses fatos revelam a interconexão do mundo e a importância de uma cobertura global mais ampla.
Reforço nas tarifas de visto e impacto no turismo
Nos Estados Unidos, a cobrança pelo Sistema Eletrônico de Autorização de Viagem (ESTA) vai quase dobrar de US$ 21 para US$ 40 a partir de 30 de setembro, afetando viajantes de 41 países isentos de visto, incluindo a maioria dos países europeus e o Reino Unido. Uma nova taxa de US$ 250 para vistos, aliada ao aumento de custos, desacelera a retomada do turismo pós-pandemia, que já registra uma queda de mais de 3 milhões de passageiros em relação a 2024. Segundo o Departamento de Segurança Interna, a medida visa fortalecer a segurança, porém aumenta o custo de viagens internacionais nos EUA.
Reforço na cooperação comercial e de segurança na América do Norte
Canadá e México anunciaram uma parceria mais estreita em comércio e segurança, visando minimizar os efeitos das tarifas americanas. Durante reunião em Cidade do México, líderes sinalizaram a intenção de reduzir a dependência de Washington e fortalecer projetos em portos e energia, destacando a relevância do Acordo EUA-México-Canadá (USMCA). Contudo, as tensões persistem após tarifas de 50% sobre aço canadense e de 25% sobre produtos mexicanos, reforçando os desafios da integração regional.
Estabilidade na política monetária da União Europeia
Em 11 de setembro, o Banco Central Europeu manteve as taxas de juros inalteradas, com a expectativa de crescimento de 1,2% em 2025, após acordo com os EUA que limita tarifas sobre bens europeus a 15%. A presidente do BCE, Christine Lagarde, ressaltou a necessidade de reformas que aumentem a competitividade, ao passo que a economia europeia tenta equilibrar os efeitos do conflito comercial com os EUA.
Controvérsia na política europeia
Conservadores no Parlamento Europeu protestaram contra a suposta tentativa de bloqueio de homenagem ao ativista americano Charlie Kirk, morto durante palestra em Utah. O incidente revelou as tensões entre diferentes espectros políticos, com grupos de direita alegando que tributos anteriores beneficiaram figuras consideradas controversas, como George Floyd, em 2020.
Retorno de eventos culturais soviéticos na Rússia
Após a suspensão de participações na Eurovision em 2022, a Rússia sediou o primeiro concurso Intervision em Moscou. Com apoio direto de Vladimir Putin, o evento contou com 23 países, incluindo China, Índia, Brasil, Arábia Saudita e Cuba, destacando valores tradicionais familiares. Vencedor da edição, o vietnamita Duc Phuc encantou o público com uma apresentação folclórica, enquanto o artista russo “Shaman” se retirou da competição.
Patrimônio cultural em destaque no continente europeu
Nesta setembro, milhões de europeus participam das Jornadas Europeias do Patrimônio, visitando gratuitamente mais de 20 mil sítios históricos. O tema de 2025, “patrimônio arquitetônico”, inclui visitas guiadas, oficinas e reconhecimentos emblemáticos, como o Teatro Real de Bruxelas e o Mosteiro de San Jerónimo na Espanha. Desde 1989, o evento visa valorizar a diversidade cultural regional.
Aliança de defesa entre Arábia Saudita e Paquistão
Em Riade, ministros da Arábia Saudita e do Paquistão assinaram acordo de defesa mútua, prometendo que um ataque a um será tratado como ataque ao outro. A parceria, que reforça décadas de cooperação, ocorre em meio a tensões na região, após o ataque de Israel a Doha, em setembro.
Impasse na ligação de segurança na Oceania
Austrália tentou avançar na construção de sua primeira nova aliança militar em mais de 70 anos, ao firmar um tratado de defesa com Papua-Nova Guiné, mas o acordo foi adiado. Levaram em consideração processos burocráticos e preocupações de soberania, deixando em aberto uma potencial parceria que equilibraria o poder regional frente à influência chinesa.
Defesa de Taiwan diante da pressão chinesa
Durante feira de armas, o presidente taiwanês Lai Ching-te reafirmou a determinação de sua ilha em resistir a uma possível invasão chinesa, enfatizando a educação civil de preparação para guerra. Empresas de defesa, como a americana Shield AI, fortalecem parcerias na região, num contexto de crescente pressão militar da China.
Deportações controversas na África Ocidental
Nos EUA, 14 cidadãos da África Ocidental enviados para Gana, Nigéria e Gâmbia, tiveram seus direitos ameaçados, apesar de advertências de especialistas quanto ao risco de tortura ou perseguição. O uso do Gana como “país terceiros” busca evitar problemas legais, embora gere debates sobre direitos humanos.
Impactos no setor aéreo na Europa
A Ryanair anunciou a redução de quase dois milhões de assentos em rotas para a Espanha, devido ao aumento de tarifas aeroportuárias de 6,5%. Apesar da dificuldade, concorrentes como Iberia Express e Wizz Air preenchem o vazio, enquanto a Espanha atinge recorde de turistas em 2025.
Protestos e crise política nas Filipinas
Milhares de manifestantes ocuparam as ruas de Manila, após escândalos de corrupção envolvendo leis e projetos de controle de inundações. Confrontos violentos deixaram 70 policiais feridos e evidenciaram o descontentamento com o esquema de propinas milionárias de legisladores e empresários ligados a ele.
Reforma política no Brasil e tensões internas
A Câmara dos Deputados aprovada um projeto para agilizar uma anistia a apoiadores de Bolsonaro envolvidos em atos de vandalismo em 2023. O texto, que tramita como tentativa de pacificação, é alvo de críticas por riscos à accountability e às instituições democráticas.
Crise de segurança na Indonésia
Após protestos violentos com vítimas fatais, o presidente Prabowo substituiu ministros por medidas de contenção. A turbulência ocorreu após revelações de privilégios excessivos a parlamentares, acendendo o debate sobre os altos custos na gestão pública do país.
Preocupações econômicas na Coreia do Sul
O presidente Lee Jae-myung alertou que acordo comercial com os EUA, envolvendo um investimento de US$ 350 bilhões, pode causar crise financeira semelhante à de 1997. O acordo visa reduzir tarifas, porém, sem garantias financeiras, preocupa o mercado sul-coreano.
Resoluções internacionais após ataque de Israel
Líderes do mundo árabe e islâmico realizaram cúpula emergencial no Catar, condenando a ofensiva israelense e pedindo ações coordenadas da ONU e Washington. A região permanece em alerta após o ataque a Hamas, que agravou tensões globais.
Crimes marítimos na costa de Senegal
Policiais espanhóis detiveram 19 suspeitos de tortura e homicídio a bordo de um navio de migrantes, enquanto mais de 50 passageiros desapareceram. O episódio evidencia a violência e o drama humanitário na travessia para as Ilhas Canárias.
Protestos na Nepal e instabilidade política
A primeira ministra interina, Sushila Karki, prometeu combater a corrupção e garantir estabilidade após protestos liderados por jovens que resultaram em mortes, ferimentos e destruição de patrimônios públicos, refletindo a crise política no país.
Deportação de migrantes no Reino Unido
O programa “um por um”, que devolve ilegalmente migrantes para a França, foi ampliado com a deportação de um segundo indivíduo. A iniciativa visa conter as travessias ilegais, mas é criticada por riscos aos direitos humanos.
Conflito em Mianmar e crise humanitária
Na região de Darfur, um ataque de forças paramilitares matou ao menos 75 civis em um conflito que já deixou mais de 150 mil mortos e 14 milhões deslocados, expondo uma das maiores crises humanitárias do século XXI.
Por que essas histórias importam?
Esses acontecimentos destacam a complexidade e a interdependência do cenário global, muitas vezes invisíveis às atenções centradas nos Estados Unidos. Desde decisões econômicas na Europa a tensões de segurança na Ásia e no Oriente Médio, eles influenciam diretamente nossa rotina e o funcionamento do mundo.
Quais dessas histórias surpreenderam você? Acredita que algum outro tema internacional mereceria maior destaque nos veículos americanos? Compartilhe sua opinião nos comentários abaixo.
