Brasil, 26 de setembro de 2025
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Valor do novo crédito consignado é metade do modelo anterior, aponta BC

Estudo do Banco Central revela aumento no endividamento e perfil de tomadores com menor renda e instrução

O Banco Central publicou nesta quinta-feira um estudo sobre os primeiros meses de operação do crédito consignado privado, que aponta que o valor médio das concessões do novo modelo é cerca de metade do anterior, com tomadores de renda e instrução mais baixas e menos tempo no emprego.

Perfil dos tomadores e impacto na taxa de juros do crédito consignado

Segundo o relatório do BC, o perfil do tomador do novo crédito indica trabalhador com menor instrução e renda, menos tempo na empresa e atuação em empresas de menor porte. Essas características podem explicar o aumento na taxa de juros, que passou de 40,9% ao ano em fevereiro para 55,5% ao ano em julho, após o lançamento do novo modelo.

Diogo Guillen, diretor de Política Econômica do BC, ressaltou que as conclusões sugerem possível relação entre o perfil dos clientes e a elevação da taxa média. “O tomador desse novo crédito é um trabalhador com menor instrução e renda, o que ajuda a compreender as taxas mais altas”, afirmou Guillen em entrevista coletiva.

Dados do estudo e evolução do endividamento

Entre março e julho, 3 milhões de pessoas contrataram crédito consignado privado, sendo cerca de 2,3 milhões pelo novo sistema, que começou a operar no fim de março. O montante total de concessões atingiu R$ 21,9 bilhões, com R$ 13,6 bilhões referentes ao Crédito do Trabalhador.

O valor médio das operações do novo consignado é de R$ 5,8 bilhões, aproximadamente metade do sistema de convênios anterior, que atingia R$ 11,3 bilhões. Apesar do aumento na taxa de juros, o crédito do novo modelo apresentou valor médio de concessão menor.

Impactos no endividamento e acesso ao crédito

O relatório aponta que o endividamento médio dos tomadores do novo consignado aumentou de R$ 18,4 bilhões em fevereiro para R$ 33,1 bilhões em julho, representando uma alta de 21,1% para 41%. Guillen destacou que esse crescimento pode refletir uma maior facilidade de acesso ao crédito, embora a situação ainda exija cautela.

O aumento no endividamento teria sido superior às concessões do novo crédito, indicando que os consumidores também buscaram outros tipos de empréstimos além do consignado. “Pode ser que esses indivíduos já estivessem buscando empréstimos de qualquer forma”, acrescentou o diretor do BC.

Reflexões e avaliações futuras

Apesar do aumento no endividamento, o BC avalia que a ampliação do acesso ao crédito a trabalhadores de menor renda representa um avanço, especialmente ao oferecer uma modalidade mais barata do que o crédito pessoal convencional. Guillen reforçou, contudo, que é cedo para conclusões definitivas e que a situação deve ser monitorada continuamente.

Para mais informações, acesse o relatório completo do BC.

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