Brasil, 26 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Uma história política selvagem que inspirou ‘Uma batalha após outra’

Filme de Anderson, inspirado por Pynchon, mistura ação, sátira e uma visão crítica do passado político americano

O filme Uma batalha após outra, dirigido por Paul Thomas Anderson e estrelado por Leonardo DiCaprio, é uma adaptação livre do romance Vineland de Thomas Pynchon, explorando temas de revolução, conspiração e cultura pop na história americana.

De Pynchon a Anderson: a adaptação de uma obra desafiadora

Embora as obras de Thomas Pynchon, como Gravity’s Rainbow e V., sejam reconhecidas por sua complexidade, seu livro Vineland de 1990 é considerado uma das versões mais acessíveis do autor, mergulhando na crise da esperança dos anos 1960 e na influência da cultura de massa nas revoltas políticas.

Paul Thomas Anderson, fã declarado de Pynchon, declarou em 2014 que, devido à sua densidade, preferiu criar uma narrativa que capturasse a essência do conflito, mesmo que não fosse uma adaptação fiel. Em entrevista, Anderson afirmou: “Vineland sempre foi muito difícil de adaptar, então roubei as partes que me falaram e comecei a correr como um ladrão”.

Contexto e inspiração do filme

O longa apresenta uma história de fuga e perseguição, centrada na luta de um pai tentando salvar sua filha para provar seu amor e superar seus fracassados ideais de revolução. Leonardo DiCaprio interpreta Bob Ferguson, ex-militante que vive no interior da Califórnia, lidando com uma filha precoce e uma história marcada por ações revolucionárias e traições.

Na trama, Bob, também conhecido como “Ghetto Pat”, enfrenta a reemergência do cruel colonel Steven J. Lockjaw, interpretado por Sean Penn, que busca vingança após destruir o grupo revolucionário francês 75. Lockjaw, com força policial e força-tarefa, volta à vida de Bob com intenções implacáveis, reavivando velhos fantasmas da luta armada e do exílio.

Recortes de uma história de conspirações e cultura pop

O filme condensa temas do livro de Pynchon, como a luta entre o establishment e os movimentos alternativos, a influência do Estado na história pessoal e coletiva, além de satirizar a cultura de consumo que diluiu a esperança radical dos anos 1960. A narrativa, embora simplificada, mantém a essência do conflito maior: uma batalha contínua pelo controle da narrativa e da liberdade.

Elenco e personagens

Leonardo DiCaprio traz a intensidade de um pai desesperado em busca de redenção. Sua personagem, Willa, interpretada por Chase Infiniti, é uma jovem que tenta encontrar seu caminho em meio às traumas familiares e às sombras do passado político. Teyana Taylor faz a mãe de Willa, Perfidia, que liderou o grupo revolucionário e desapareceu após um conflito com o colonel Lockjaw.

O filme aprofunda-se na dinâmica complexa dos personagens, evidenciando como as histórias pessoais se entrelaçam às questões de poder, traição e luta por identidade.

Impactos e perspectivas

Uma batalha após outra propõe uma reflexão sobre os movimentos políticos passados e presentes, questionando os limites entre revolução e manipulação, além de retratar de forma estilizada a persistência da resistência num contexto dominado pelo Estado e pela cultura de massa.

Com uma produção de alto orçamento, Anderson aposta em uma narrativa visual impactante e ritmo acelerado, buscando engajar tanto fãs de obras complexas quanto o público que aprecia ação e sátira política. A expectativa é que o filme contribua para o debate sobre o legado das revoltas e a cultura de resistência no século XXI.

Segundo analistas, o filme reforça a importância de entender a história por trás das ações aparente e simbolicamente, promovendo uma reflexão sobre o papel da arte na crítica social e na transformação política.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes