Na última sexta-feira, o escritório do médico legista de Nova York confirmou que Shane Tamura, o atirador que abriu fogo na sede da NFL em Manhattan, apresentava sinais de Encefalopatia Traumática Crônica (CTE). Tamura, que havia dirigido de Las Vegas até Nova York, matou quatro pessoas antes de morrer por um tiro autoinfligido.
O trágico ataque
No dia do ataque, a polícia encontrou uma nota de três páginas no bolso de Tamura. Nela, ele afirmava ter uma lesão cerebral traumática e responsabilizava a NFL por “conceber os perigos à saúde cerebral dos jogadores” em busca de lucros. Em uma passagem comovente, ele escreveu: “Estude meu cérebro, por favor. Sinto muito.”
De acordo com a análise feita pelo órgão médico, a CTE, uma condição frequentemente associada a atletas que sofreram múltiplos traumas cranianos, foi identificada em uma fase inicial no tecido cerebral de Tamura. “Essa condição pode ser encontrada em cérebros de indivíduos com histórico de exposição repetida a traumas na cabeça”, explicou o órgão. No entanto, não foi determinado se a CTE teve um papel direto no ataque.
As vítimas e o impacto do ataque
O ataque resultou na morte de quatro pessoas, entre elas, Aland Etienne, um segurança do edifício; Wesley LePatner, um executivo da Blackstone e mãe de família; Didarul Islam, um policial e pai de dois filhos; e Julia Hyman, uma jovem funcionária da Rudin Management. Todos, exceto Hyman, foram mortos no saguão do prédio em menos de 30 segundos.
A polícia revelou que Tamura, após o ataque inicial, se dirigiu à área dos elevadores, permitindo que uma mulher passasse sem se ferir. Acredita-se que ele tentava encontrar os escritórios da NFL, mas entrou no elevador errado, terminando no 33º andar por volta das 18h28. Uma funcionária de limpeza, Sebije Nelovic, relatou que Tamura disparou contra ela, mas errou. Ela se escondeu em um armário e começou a orar enquanto ouvia os tiros.
Julia Hyman foi a última pessoa a ser morta durante o ataque, e o evento devastador levantou questões sobre a saúde mental e as consequências de lesões cerebrais em jogadores de futebol americano.
A posição da NFL e das autoridades
A NFL emitiu um comunicado em que lamenta a perda trágica de vidas e expressa suas condolências às famílias das vítimas. “Continuamos a chorar a perda horrenda de vidas e nossos corações estão com as famílias das vítimas e nossos funcionários dedicados”, dizia o comunicado.
O caso de Shane Tamura é um lembrete sombrio das implicações graves que lesões cerebrais podem ter, não apenas para os atletas, mas também para a sociedade como um todo. As autoridades, por sua vez, ressaltam que o estudo das manifestações físicas e mentais da CTE ainda está em desenvolvimento, e que não há justificativa para os atos de violência perpetrados.
Os especialistas agora chamam a atenção para a preocupação crescente em torno da saúde mental de indivíduos, especialmente aqueles com histórico de danos cerebrais, e ressaltam a importância de intervenções mentais antes que tragédias como essa se repitam.
Essa tragédia em Nova York abre um importante diálogo sobre a relação entre esportes de contato e saúde mental, intensificando a necessidade de soluções mais eficazes para proteger atletas e a sociedade em geral.