Na contagem regressiva para a corrida presidencial de 2026, Tarcísio de Freitas (Republicanos) continua como um dos favoritos para representar a direita. No entanto, segundo informações de colaboradores próximos, o governador de São Paulo demonstra um certo desânimo com a perspectiva de se candidatar à presidência, especialmente após críticas recebidas em função de seus discursos intensificados no 7 de Setembro e das articulações em Brasília que visam a anistia. Essa mudança de tom parece ser uma estratégia para reduzir sua exposição e recuperar forças antes de um possível pleito.
Pressões da direita e reavaliação da estratégia
Fontes próximas ao governador mostram que Tarcísio está “saturado” com as pressões que vem recebendo não só de Eduardo Bolsonaro, mas também de outras vozes conflitantes dentro da direita, que têm interesses próprios. Envolvendo-se menos em assuntos nacionais, Tarcísio parece decidir focar nas questões locais do estado, onde uma reeleição pode garantir um legado mais robusto.
De acordo com um parlamentar federal do PL, essa mudança de postura é uma “mudança em foco”, onde o governador visa “deixar as coisas correrem naturalmente”. Essa decisão surgiu após os impactos negativos que seu posicionamento mais radical teve, especialmente com a repercussão do chamado “tarifaço”. A sentir os desgastes causados por essa abordagem, é natural que Tarcísio busque um discurso mais alinhado com as demandas da população de São Paulo.
Visita a Brasília e os vínculos com Bolsonaro
Apesar do recuo, Tarcísio não deixará de participar de certos eventos importantes. Na próxima segunda-feira, por exemplo, ele embarca rumo a Brasília para se encontrar com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que se encontra em prisão domiciliar preventivapara conversar sobre próximos passos. Embora a visita seja um sinal de sua ainda forte ligação com o ex-presidente e seu círculo, não estão previstas interações com outros políticos em Brasília.
Essa situação reflete as tensões existentes dentro da família Bolsonaro, onde os constantes desencontros de discurso entre Eduardo e Flávio Bolsonaro têm causado desgaste não só à imagem do ex-presidente, mas também aos aliados como Tarcísio. A percepção é de que a decisão efetiva de se candidatar ou não à presidência pode não estar tão nas mãos do governador paulista, mas dependerá do apoio ou não de figuras chave do bolsonarismo.
Foco na reeleição e potencial legado
Enquanto alguns aliados tentam convencê-lo a concentrar-se na reeleição estadual, outros destacam a importância de Tarcísio pesar sua presença em agendas que tragam retornos palpáveis à população, como o desfecho do Rodoanel e as linhas de metrô planejadas. Para muitos próximos ao governador, um segundo mandato não só garantiria um impacto positivo nos projetos em andamento, mas também deixaria um legado que se tornaria um verdadeiro ativo político para futuras candidaturas ao Planalto.
Um secretário próximo reafirma que as durezas expressas durante seus discursos no 7 de Setembro não são mais a tonalidade correta a se seguir. O mesmo sugere que, ao se afastar da tensão política nacional, Tarcísio poderá reconstruir sua imagem e preparar sua estratégia para um futuro pleito onde a candidatura presidencial poderia ser vista como uma “missão a ser cumprida”.
Alianças e o futuro político de Tarcísio
Enquanto a situação política se desenrola, Gilberto Kassab, do PSD, expressa confiança nas capacidades de Tarcísio como governante e potencial candidato. Ele reitera que o partido estará ao lado do governador em qualquer decisão, solidificando a ideia de que, independentemente do rumo que o governador tomar, as bases de apoio estarão prontas.
Esse momento de reavaliação para Tarcísio de Freitas não é apenas uma pausa, mas uma busca por uma estratégia que possa assegurar não apenas sua continuidade no governo de São Paulo, mas também um espaço na política nacional no futuro. Com oscilações na popularidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, a proximidade e as alianças do governador serão essenciais para seu sucesso, seja em uma reeleição ou em uma tentativa de ascender ao Planalto.
Portanto, Tarcísio caminha por um caminho cercado de desafios, onde a estratégia poderá definir seu futuro político, ao mesmo tempo em que fortalece suas raízes em São Paulo como um legado necessário para qualquer futuro pleito nacional.
