Brasil, 26 de setembro de 2025
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Por que os casos de sífilis em recém-nascidos estão aumentando

Apesar da queda geral nas ISTs, casos congênitos de sífilis continuam em alta nos EUA, impulsionados por fatores sociais e econômicos.

Os Estados Unidos registraram aumento no número de recém-nascidos diagnosticados com sífilis em 2024, marcando o 12º ano consecutivo de crescimento, apesar da redução geral de doenças sexualmente transmissíveis (ISTs). Segundo dados provisórios do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), quase 4.000 casos de sífilis congênita foram reportados no último ano, um aumento de quase 700% desde 2015, quando havia cerca de 500 registros.

Declínio geral de ISTs versus aumento da sífilis congênita

Em 2024, o número total de casos de ISTs nos EUA caiu 9% em relação a 2023, na terceira redução consecutiva. No entanto, a incidência de sífilis congênita apresentou um crescimento modesto de 2% no mesmo período, indicando uma tendência preocupante. Para o Dr. Bradley Stoner, chefe da Divisão de Prevenção de DST da CDC, essa desaceleração no ritmo de aumento é positiva, mas os números ainda representam um problema sério.

Por que a sífilis congênita persiste?

Fatores sociais e econômicos

Especialistas apontam que a diminuição dos serviços de combate às ISTs nos níveis estadual e local, aliada a condições sociais como pobreza, falta de acesso a planos de saúde e desigualdades econômicas, contribuem para o crescimento da sífilis em gestantes e, consequentemente, na população de recém-nascidos.

“Embora o financiamento federal para prevenção de ISTs tenha sofrido cortes desde os anos 2000, milhões de pessoas ainda enfrentam dificuldades de acesso a cuidados de saúde primários e preventivos”, explicou Elizabeth Finley, diretora executiva interina da National Coalition of STD Directors.

Desafios na assistência à gravidez

Outro fator relevante é a desigualdade no acesso ao pré-natal, que afeta a detecção e o tratamento da sífilis durante a gestação. Algumas gestantes podem não conseguir acesso adequado à assistência médica, ou os profissionais de saúde podem não estar familiarizados com o manejo da doença, contribuindo para a transmissão ao bebê. A sífilis, quando não tratada, pode causar sérias sequelas, incluindo problemas cardíacos, neurológicos, cegueira e até a morte do recém-nascido.

Importância do diagnóstico precoce e tratamento

A sífilis é uma doença que pode ser curada com antibióticos e, se diagnosticada na gestação, é possível proteger o feto. “A prevenção dessa doença depende de uma assistência adequada e do acesso contínuo à saúde desde o pré-natal”, destacou Stoner. O aumento dos casos reforça a necessidade de reforçar políticas públicas de saúde e ampliar o acesso aos serviços de prevenção e cuidado.

Perspectivas futuras

Especialistas alertam que somente com investimentos sustentados em saúde pública, programas de rastreamento e melhor acesso à assistência pré-natal será possível conter o crescimento dos casos de sífilis congênita. A partir dessas ações, espera-se uma reversão dessa tendência e uma significativa redução nas internações e sequelas associadas à doença.

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