A Polícia Civil de São Paulo desencadeou, na manhã desta sexta-feira (26), uma operação de grande porte com ênfase na repressão ao crime organizado, focando especificamente na facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Este esforço policial visa capturar os responsáveis pelo assassinato do ex-delegado-geral da Polícia, Ruy Ferraz Fontes, ocorrido em 15 de setembro em Praia Grande, no litoral sul do estado.
Contexto do Crime e Objetivos da Operação
Ruy Ferraz Fontes foi fatalmente atacado por disparos em uma emboscada, um crime que chamou a atenção pela sua gravidade e pela suposta ligação com suas longas e destacadas ações contra o tráfico de drogas e o crime organizado em São Paulo. Assim, a operação policial desta sexta-feira tem como principal alvo um endereço na Favela São Remo, na Zona Oeste da capital, onde se acredita que residam alguns dos envolvidos.
A operação contou com a participação de mais de 20 viaturas, quatro delegados e cerca de 80 policiais. Além disso, uma força-tarefa está atuando no litoral em resposta à morte do ex-delegado. O Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (GARRA) e o Departamento de Operações Policiais Estratégicas (DOPE) estão liderando a ação, que também visa abordar crimes patrimoniais neste final de semana.
Identificação e Prisões de Suspeitos
A Polícia Civil revelou na quinta-feira (25) a identificação do oitavo suspeito, Umberto Alberto Gomes, de 39 anos, cujas digitais foram encontradas em uma residência utilizada pelos criminosos em Mongaguá. Apesar de já ter um mandado de prisão temporária decretado, ele se encontra foragido. Até o momento, quatro pessoas foram detidas, enquanto outros quatro continuam sendo procurados.
Dentre os suspeitos, destacam-se algumas figuras conhecidas do PCC. Felipe Avelino da Silva, por exemplo, é um dos foragidos; seu DNA foi encontrado em um dos veículos utilizados durante o crime. Flávio Henrique Ferreira de Souza, também foragido, possui uma situação similar. Outros envolvidos já foram capturados, como Willian Silva Marques, que se entregou à polícia após ser identificado como o proprietário da casa de onde o fuzil que possivelmente deu fim à vida de Ruy foi supostamente retirado.
Linhas de Investigação e Motivações do Crime
As investigações indicam que o PCC pode ter executado o ex-delegado como retaliação por seu histórico de combate à facção. Ruy Ferraz não só foi responsável pela prisão de figuras de alto escalão do PCC, como também enfrentou a organização durante toda sua carreira. A Secretaria da Segurança Pública, na figura do secretário Guilherme Derrite, não tem dúvidas acerca do envolvimento do PCC no assassinato, mas a motivação ainda é um ponto que está sendo investigado.
A Defesa dos Acusados
As defesas dos envolvidos têm se manifestado. A defesa de Willian Silva Marques, por exemplo, afirmou estar à disposição para colaborar com as investigações e rejeitou qualquer ligação com os fatos apurados. Já a defesa de Dahesly Oliveira Pires não quis comentar o assunto no momento. As demais defesas dos suspeitos procurados não foram localizadas até o fechamento desta matéria.
A situação é tensa e inquietante, refletindo os desafios contínuos que a Polícia Civil enfrenta na luta contra as facções criminosas, especialmente o PCC, que continua a ser uma ameaça significativa à segurança pública no Estado de São Paulo. A população é incentivada a ajudar com informações que possam levar à captura dos foragidos, através do Disque-Denúncia pelo número 181.
As investigações continuam, e, em meio ao clima de insegurança, as autoridades trabalham para restaurar a ordem e garantir a segurança dos cidadãos paulistas, principalmente em um contexto tão delicado como este, que envolve o assassinato de uma figura pública respeitada como Ruy Ferraz Fontes.