Brasil, 26 de setembro de 2025
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Operação desarticula facção e bloqueia R$ 18 bi em Minas Gerais

Uma grande operação policial prendeu 19 integrantes da facção FTO e visou o coração financeiro do crime organizado no Brasil.

Nesta quinta-feira (25), uma megaoperação contra o crime organizado resultou na prisão de 19 pessoas e no bloqueio de R$ 18 bilhões relacionados à facção Família Teófilo Otoni (FTO), operante em Minas Gerais e parceira do Comando Vermelho, do Rio de Janeiro. A ação, denominada Custos Fidelis, foi deflagrada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e pela Polícia Militar, abrangendo quatro estados: Minas Gerais, Amazonas, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Além das detenções, foram expedidos 48 mandados de prisão e 84 de busca e apreensão, resultando na apreensão de drogas, armas e veículos, além de um imóvel de luxo em Maceió (AL), avaliado em R$ 3,9 milhões.

Entenda a estrutura do crime organizado

A operação Custos Fidelis revela como facções criminosas, como a FTO, se organizaram em um “mercado atacadista” do tráfico de drogas que abastece grupos em diversos estados brasileiros. Em Minas Gerais, a FTO se destaca como uma facção que, com a ajuda do Comando Vermelho, se estruturou em um modelo de negócios criminoso eficaz.

Mercado atacadista do tráfico

Após uma investigação que durou um ano e meio, foi descoberto que o Comando Vermelho havia criado um mercado atacadista para o tráfico de drogas, responsável por fornecer insumos a facções em vários estados. A FTO, operando em Minas Gerais, é um claro exemplo dessa dinâmica, atuando em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, em um esquema que envolvia a compra de drogas diretamente de traficantes no Amazonas.

Estrutura empresarial e lavagem de dinheiro

De acordo com o MPMG, a FTO apresentava uma estrutura empresarial de crime, com divisões de logística e finanças bem definidas. O tráfico era financiado por meio de empresas de fachada, atuando nos setores de gás, internet e pesca, que movimentavam cerca de R$ 25 milhões anualmente. As investigações revelaram que os criminosos utilizavam essas empresas para iludir as autoridades e dar uma aparência legal ao dinheiro proveniente do tráfico.

Além do esquema financeiro, a FTO se destacava pela violência extrema. O grupo usava armamento pesado para eliminar inimigos e expandir seu controle territorial, principalmente em comunidades de Belo Horizonte.

Bens de luxo e poder econômico

Durante a operação, diversas armas, fuzis e drogas foram apreendidos nos endereços relacionados aos investigados. O bloqueio de bens de luxo, como uma mansão em Alagoas, ilustra o grande poder econômico do crime organizado. A porta-voz da Polícia Militar, major Layla Brunnela, destacou que existia uma gestão fixa em Teófilo Otoni que reportava-se diretamente ao comando do Comando Vermelho no Rio de Janeiro. Para intimidar e controlar a área, os criminosos chegaram a usar fardas da Polícia Militar e da Polícia Civil em suas incursões.

Estratégia de combate ao crime organizado

O procurador-geral de Justiça, Paulo de Tarso, enfatizou que atacar o poder financeiro das facções é a maneira mais eficaz de desarticular o crime organizado. Segundo ele, a abordagem vai além dos confrontos armados, focando na desarticulação do coração financeiro das organizações criminosas. Com o bloqueio bilionário e a desarticulação do esquema de lavagem de dinheiro, o MPMG busca reduzir a capacidade de atuação e expansão das facções.

“Não será trocando tiros que vamos vencer o crime organizado, mas sim com inteligência, atacando aquilo que é mais precioso para eles: o lucro”, afirmou o procurador.

A operação Custos Fidelis representa um importante passo no combate ao tráfico de drogas e à criminalidade no Brasil, buscando desmantelar a complexa rede que sustenta o crime organizado por meio do ataque estratégico ao seu poder econômico.

Vídeos mais vistos do g1 ainda trazem detalhes sobre essa operação histórica, que ressalta a necessidade de ações coordenadas entre as forças de segurança e o Ministério Público para combater a violência e a criminalidade.

Para mais informações sobre como o Comando Vermelho e a facção mineira se uniram no mercado atacadista do tráfico, clique aqui.

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