O Brasil se despediu na última sexta-feira, dia 26, do virologista Amilcar Tanuri, que faleceu aos 67 anos no Hospital Barra D’Or, na Zona Sudoeste do Rio de Janeiro. A causa da morte foram complicações cardíacas decorrentes de um tratamento de diálise. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde Tanuri era professor e pesquisador, confirmou a triste notícia.
Legado de um cientista pioneiro
Amilcar Tanuri era um nome reconhecido internacionalmente no campo da virologia, tendo dedicado sua vida ao estudo de doenças virais, em especial o HIV e arboviroses. Formado em Medicina pela UFRJ em 1982, Tanuri complementou sua formação com um mestrado em Biofísica e um doutorado em Genética, ambas as graduações adquiridas na mesma instituição. Além disso, realizou uma especialização em Genética Molecular na Universidade de Sussex, na Inglaterra, e pós-doutorado no Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) em Atlanta, nos Estados Unidos, entre 1996 e 1998.
Desde 2011, ele era professor titular do Departamento de Genética do Instituto de Biologia (IB) da UFRJ. O legado de Tanuri vai além de sua trajetória acadêmica; ele foi uma figura importante na luta contra o HIV, atuando como consultor da Organização Mundial da Saúde (OMS) na pesquisa sobre resistência a medicamentos. Ele também foi pioneiro em diversas inovações na saúde pública, especialmente em tempos de pandemia.
Atuação no combate à Covid-19
Amilcar Tanuri foi o primeiro servidor da UFRJ a ser vacinado contra a Covid-19. Na luta contra a pandemia, ele liderou pesquisas sobre diagnóstico molecular e vigilância genômica do coronavírus, tornando-se uma das vozes mais respeitadas na divulgação de informações sobre a Covid-19 e suas variantes. Sua dedicação era voltada a tornar a imunização mais segura e eficaz, utilizando técnicas avançadas de edição genética.
Um professor admirado por sua humildade
A UFRJ destacou que o Professor Tanuri era sinônimo de humildade e simplicidade. Para amigos, colegas e alunos, ele era um exemplo de como a ciência pode e deve ser aplicada para beneficiar a saúde pública no Brasil. Em uma nota oficial, a universidade ressaltou como ele dedicou sua vida a levar tecnologia de ponta desenvolvida dentro da academia ao Sistema Único de Saúde (SUS).
“Amilcar sonhou, concretizou e ensinou aqueles que conviveram com ele a sonharem juntos”, disse a instituição, enfatizando o papel fundamental que Tanuri desempenhou na transformação e melhoria das condições de saúde no país.
Um último adeus
Amilcar Tanuri era casado com Andrea Tavares e pai de dois filhos, Luiza e João. O velório será realizado neste sábado, 27, no Átrio do Palácio Universitário, no campus da Praia Vermelha, das 10h às 14h, com o enterro previsto para ocorrer logo em seguida no cemitério São João Batista.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também se manifestou por meio de uma nota de pesar, destacando a longa parceria de Tanuri com a instituição desde a década de 1980, quando começaram os ensaios relacionados ao HIV, e ressaltando sua valiosa contribuição para o desenvolvimento de kits de teste que ampliaram a segurança transfusional no Brasil.
A morte de Amilcar Tanuri deixa uma lacuna significativa no campo da virologia e na academia brasileira. Seu comprometimento com a ciência e a saúde pública será sempre lembrado.
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