Nas últimas semanas, várias indústrias farmacêuticas anunciaram investimentos bilionários nos Estados Unidos, impulsionados pela política protecionista do governo Trump. Apesar do aumento de investimentos, a construção de novas unidades de produção nos EUA será gradual, exigindo tempo para se concretizar.
Potencial do mercado americano e participação brasileira
O mercado dos Estados Unidos consome cerca de 40% da produção mundial de medicamentos, consolidando-se como uma potência no setor farmacêutico. Em contrapartida, o Brasil representa apenas 2% do consumo global, segundo dados do setor.
De acordo com o presidente do Sindusfarma, Mussolini, esse crescimento nos investimentos nos EUA não deve influenciar o preço ou a oferta de medicamentos no mercado mundial. “Não acreditamos que haja reflexos diretos no Brasil com essa nova movimentação”, afirmou Mussolini em entrevista ao O Globo.
Implicações para o mercado global
Apesar do aumento de investimentos nos EUA, especialistas destacam que a cadeia produtiva global de medicamentos é diversificada e que mudanças jurídicas ou tarifárias nos Estados Unidos, como a proposta de tarifas sobre medicamentos, tendem a ter impacto limitado no Brasil por conta da participação reduzida no consumo mundial.
Perspectivas futuras
O setor farmacêutico no Brasil continua otimista quanto à expansão do mercado doméstico, que mantém crescimento moderado e com possibilidade de maior inovação tecnológica. A iniciativa de investir mais nos EUA visa, principalmente, garantir maior competitividade no mercado internacional.
Segundo análise de mercado, o investimento estrangeiro em farmacêuticas reforça a tendência de reforço da cadeia de produção em países de maior peso econômico, sem, no entanto, afetar significativamente os preços ou a oferta no Brasil. Para o setor, o foco permanece na inovação e na ampliação do mercado interno.