A Gol, controladora da Gol, anunciou ao mercado que desistiu oficialmente da fusão com a rival Azul. O acordo, que estava em avaliação desde janeiro, foi cancelado, e as companhias irão encerrar seus acordos de compartilhamento de voos, conhecidos como codeshare. A decisão foi comunicada após as negociações não avançarem como o esperado, gerando impacto direto no mercado aéreo brasileiro.
Fim do codeshare e seus efeitos na experiência do passageiro
Segundo especialistas, quem já comprou passagens por meio do codeshare não precisa se preocupar. Mesmo com o encerramento da parceria, os voos já vendidos serão respeitados, e o check-in ou a remarcação de viagens devem permanecer sem alterações. No entanto, a quebra do acordo pode elevar os custos para parte dos clientes, que terão que adquirir bilhetes separadamente, além de potencialmente enfrentar menor facilidade na conexão entre rotas e conexões.
Quando não será mais possível comprar passagens em codeshare?
Com a rescisão dos acordos, a venda de novas passagens em voos compartilhados será suspensa imediatamente. De acordo com Renan de Araújo Xisto, advogado do Paschoini Advogados, a venda de bilhetes em parceria entre as companhias será interrompida de forma automática, embora os sistemas possam demorar alguns dias para serem atualizados. Fonte.
Impacto para quem já comprou passagens
Todos os bilhetes emitidos antes do encerramento do acordo serão garantidos, assegura Xisto. Os passageiros poderão embarcar normalmente, mantendo horários e condições originais, sem necessidade de alterações por parte das companhias.
José Roberto Ruiz, especialista em direito do consumidor, reforça que não pode haver negativa de embarque ou mudanças unilaterais, incluindo restrições de bagagem ou assentos já contratados. Caso isso ocorra, o passageiro pode até recorrer judicialmente para garantir seus direitos.
Consequências para rotas e preços
Uma das principais mudanças será na oferta de rotas. A suspensão do codeshare pode reduzir a quantidade de conexões disponíveis, especialmente em rotas regionais ou cidades menores que dependiam dessa integração. Isso pode exigir que os passageiros comprem bilhetes separados, aumentando os custos de viagem.
De acordo com Ruiz, o fim do acordo tende a elevar os preços para rotas que antes se beneficiavam da tarifa única e do despacho de bagagem consolidado. A possibilidade de adquirir dois bilhetes distintos, sem garantia de conexão, aumenta o risco de atrasos e perdas, além de custos extras.
Perspectivas para a concorrência e o mercado
Do ponto de vista da competitividade, o encerramento da fusão é considerado positivo, pois mantém a Gol e a Azul como empresas independentes, o que favorece a concorrência e ajuda a evitar aumentos automáticos de tarifas. Segundo Xisto, há um ganho em estrutura de mercado, ainda que com a troca da praticidade na experiência de voo.
Ele alerta, porém, que o consumidor deverá se preparar mais para planejar suas viagens e acompanhar as informações dos órgãos reguladores, como a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e o Procon, para evitar práticas abusivas e garantir seus direitos.
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