Brasil, 26 de setembro de 2025
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Falece o cardeal Lucian Mureşan, líder da Igreja Greco-Católica da Romênia

Arcebispo-mor da Igreja Greco-Católica romena, Lucian Mureşan, faleceu aos 94 anos, deixando um legado de resistência e fé.

O cardeal Lucian Mureşan, arcebispo-mor da Igreja Greco-Católica da Romênia, faleceu na tarde desta quinta-feira, 25 de setembro, aos 94 anos, em sua residência em Blaj, após enfrentar uma longa enfermidade. Sua história de vida é um testemunho poderoso da fé e da resistência da Igreja durante os tempos sombrios do regime comunista na Romênia.

Um líder de fé e perseverança

Nascido em 23 de maio de 1931, em Ferneziu, na Transilvânia, Mureşan era um dos 12 filhos de uma família que, desde cedo, enfrentou as adversidades impostas pela política comunista. A Igreja Greco-Católica romena, a qual ele liderou, foi alvo de severas perseguições, especialmente após sua supressão em 1948. Nesse contexto, Mureşan viu-se forçado a interromper seus estudos secundários, optando por uma escola profissionalizante, mas nunca abandonou seu desejo de se tornar padre.

A resistência à opressão

O cardeal foi declarado “indesejável” e mandado para trabalhar na construção de usinas hidrelétricas devido à sua fé greco-católica. Foi somente em 1964 que, em meio ao regime autoritário, ele foi ordenado sacerdote clandestinamente, tornando-se uma figura significativa para os que mantinham a fé viva em tempos tão difíceis. Seu ministério inicial focou na pastoral juvenil, onde inspirou muitos jovens a seguir sua vocação religiosa.

Ascensão e consolidação do ministério

Após a Revolução de 1989, que resultou na queda do regime de Nicolae Ceaușescu, Mureşan começou a florescer como líder espiritual. Em 14 de março de 1990, foi nomeado bispo de Maramureş pelo Papa João Paulo II e, em 1994, foi elevado a arcebispo e metropolita da Igreja Greco-Católica da Romênia.

Reconhecimento e legado

O ponto alto de sua carreira ocorreu em 2012, quando foi criado cardeal pelo Papa Bento XVI, aos 80 anos. Essa honraria não apenas reconheceu sua dedicação incansável à Igreja, mas também reafirmou a importância da Igreja Greco-Católica na paisagem religiosa da Romênia. Mureşan também serviu como presidente da Conferência Episcopal Católica da Romênia em vários mandatos, ajudando a unir as várias vozes dentro da Igreja.

Reflexões finais e legado espiritual

Em uma de suas últimas aparições, Mureşan preparou uma mensagem tocante para celebrar o beato Iuliu Hossu, outro ícone da resistência greco-católica. Ele lembrou da importância da amizade com Deus e com nossos irmãos, independentemente de religião ou etnia. Seu testemunho foi um convite ao perdão e à reconciliação, um legado que ele deixa para as futuras gerações.

A morte do cardeal Lucian Mureşan representa a perda de uma das figuras mais importantes da Igreja Greco-Católica romena, mas seu espírito de resistência e fé permanecerá vivo entre aqueles que o conheceram e entre todos os que aspiram a um mundo mais justo e humano.

Seu legado, baseado na luta incessante pela liberdade religiosa e pela dignidade humana, ressoará por muitas décadas, inspirando não apenas romenos, mas todos aqueles que enfrentam adversidades em nome da fé.

A Igreja Greco-Católica e o povo romeno lamentam profundamente sua partida, mas celebram uma vida dedicada ao amor, à justiça e à verdade.

O cardeal Mureşan é um nome que será sempre lembrado como sinônimo de fé e resistência, um pilar na história da Igreja na Romênia.

Fonte: Vatican News

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