Brasil, 26 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Fábrica do iPhone 17 na China revela condições laborais precárias

Relatório acusa Foxconn de horas extras excessivas, retenções salariais e violações de direitos na produção do novo iPhone

Trabalhadores da unidade da Foxconn em Zhengzhou enfrentaram condições extremamente difíceis durante a produção do iPhone 17, de março a setembro deste ano, segundo um relatório do China Labor Watch divulgado nesta semana. A fábrica, responsável por grande parte da fabricação do aparelho, empregou entre 150 mil e 200 mil funcionários, com mais da metade deles na condição de temporários, ultrapassando o limite legal na China.

Condições de trabalho sob escrutínio

O documento denuncia longas jornadas de trabalho, com média de 60 a 75 horas semanais — bem acima do máximo legal chinês e do limite de 60 horas estabelecido pela Apple. Além disso, há relatos de turnos noturnos obrigatórios, retenção salarial e práticas de trabalho que violam a legislação local. A investigação também aponta que a estrutura salarial da Foxconn, que retém uma parcela dos salários para pagamento no mês seguinte, prejudica trabalhadores que solicitam a demissão antes de uma data limite, deixando-os sem pagamento de horas extras.

Reação da Apple e alternativas na cadeia de suprimentos

A Apple declarou estar “firmemente comprometida com os mais altos padrões de trabalho, direitos humanos e conduta ética”. Em nota, afirmou que realiza auditorias terceirizadas regularmente e que, diante de quaisquer problemas, age rapidamente para manter seus altos padrões. A companhia também revelou que, no ano passado, realizou mais de 1.500 auditorias e entrevistou mais de 74 mil funcionários de fornecedores, com nove das principais violações relacionadas à falsificação de dados de horas trabalhadas.

Investigação e impacto na cadeia de produção

O China Labor Watch criticou duramente a Foxconn por utilizar uma grande porcentagem de trabalhadores temporários — mais de 50%, cinco vezes acima do limite legal — e apontou condições de trabalho que envolvem pressão e intimidação constantes na unidade de Zhengzhou, considerada a “cidade do iPhone”. Vigilância, ameaças e divulgação de informações pessoais foram relatadas como formas de repressão a funcionários que reclamavam de suas condições.

Apesar da piora em alguns aspectos, o relatório indica que houve leve redução nas horas extras em comparação com 2019, quando os funcionários trabalhavam, em média, de 100 a 130 horas por mês na alta temporada. Importante destacar que, atualmente, não há registros de trabalhadores menores de idade na unidade, diferentemente de ocorrências anteriores.

Diversificação e perspectivas futuras

Embora Zhengzhou continue sendo o centro global da produção do iPhone, a Apple vem diversificando sua cadeia de fabricação. No início deste ano, ampliou a produção na Índia, como parte de uma estratégia para reduzir dependência da China e mitigar o impacto de tarifas comerciais. A situação na Foxconn evidencia a necessidade de uma maior fiscalização e melhorias nas condições de trabalho em toda a cadeia de suprimentos.

A organização China Labor Watch e entidades internacionais continuam cobrando transparência e ações efetivas das empresas para garantir direitos básicos e condições dignas aos trabalhadores na indústria tecnológica.

Fonte: O Globo

direitos trabalhistas, Apple, Foxconn, China, produção de iPhone

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes