Brasil, 26 de setembro de 2025
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Depoimento de Careca do INSS frustra CPMI e provoca embates

O lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, não trouxe novas informações à CPMI sobre fraudes.

A audiência do lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, popularmente conhecido como “Careca do INSS”, realizada na última quinta-feira (25/09), não atendeu às expectativas da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as fraudes no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). O escândalo, que ganhou notoriedade através de reportagens do Metrópoles, não obteve novas contribuições significativas durante o depoimento.

Quem é Careca do INSS?

Antônio Carlos Camilo Antunes é considerado um dos principais operadores de um esquema que desviou verbas destinadas a aposentados e pensionistas. Desde o dia 12 de setembro, ele está preso na superintendência da Polícia Federal.

  • Antunes é conhecido por sua atuação como lobista e por representar diversas entidades. Além disso, ele é proprietário de call centers que oferecem serviços de captação de associados para as entidades envolvidas com os descontos indevidos de aposentadoras.
  • As investigações apontam que, por meio de contrato, ele recebia até 27,5% sobre os descontos de novos filiados.
  • Recebeu o apelido de “Careca do INSS” devido à sua proximidade com dirigentes do órgão, levando muitos a acreditarem que ele poderia até exercer um cargo como servidor no INSS.

Durante a audiência, Careca do INSS depôs protegido por um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o que o isentou de responder a muitos questionamentos dos parlamentares. No entanto, ele se comprometeu apenas a responder perguntas do relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL).

Declarações polêmicas e defesas

Ao ser questionado sobre suas ligações com o governo e possíveis fraudes contra aposentados, Careca negou qualquer envolvimento e tentou se justificar ao mencionar seus bens luxuosos, afirmando que é “um empresário próspero”.

O escândalo do INSS, revelado pelo Metrópoles, revelou que as entidades que realizavam descontos de mensalidades de aposentados acumularam uma arrecadação de R$ 2 bilhões em um ano, ao mesmo tempo em que enfrentavam múltiplos processos por fraudes nos vínculos com segurados.

As investigações, que tiveram início após as reportagens do portal, resultaram na abertura de um inquérito pela Polícia Federal. Em abril deste ano, a Operação Sem Desconto foi deflagrada e levou à demissão do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.

Conflitos durante a audiência

A audiência, que durou cerca de 10 horas, foi marcada por diversas discussões acaloradas. Após a afirmação de Careca de que não responderia a perguntas do relator, os parlamentares protestaram. O advogado de Antunes, Cleber Lopes, se envolveu em embates verbais com os deputados, o que levou a uma suspensão temporária da sessão.

Um dos pontos altos da confusão ocorreu quando o deputado federal Zé Trovão (PL-SC) se dirigiu ao advogado, exigindo que ele se calasse. A reação gerou um descontentamento da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), que anunciou sua intenção de acionar a Comissão de Ética sobre o ocorrido.

Apesar dos conflitos, o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), pediu desculpas ao advogado pelas desavenças durante a audiência. Cleber Lopes, por sua vez, afirmou não guardar mágoas da situação, afirmando estar acostumado a embates desse tipo.

Consequências e próximo passos

O tumulto na audiência e as informações escassas apresentadas por Careca do INSS reafirmaram a tensão em torno da CPMI. Enquanto a investigação continua, as repercussões do escândalo, que envolve figuras de destaque no INSS e no governo, prometem gerar novos desdobramentos.

Com as consequências da audiência que não atenderam ao que se esperava, a CPMI terá que intensificar seus esforços para elucidar as fraudes que têm impactado a vida de tantos aposentados e pensionistas no Brasil.

O desfecho deste escândalo ainda está longe de ser definido, e a sociedade brasileira aguarda ansiosamente por respostas concretas sobre o destino das investigações e as possíveis punições aos envolvidos.

Assim, o desenrolar da CPMI pode ser crucial para garantir a transparência e a justiça no sistema previdenciário do país.

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