O ministro do Turismo, Celso Sabino, acaba de anunciar sua demissão do cargo, decisão que vem em resposta ao ultimato dado pelo União Brasil, seu partido. O movimento de desembarque da Esplanada foi antecipado pela sigla, que exigiu a entrega de todos os cargos de seus filiados em um prazo de 24 horas. Sabino revelou que, após uma conversa com o presidente Lula, ele acompanharia o presidente em uma agenda em Belém ativa até pelo menos a próxima quinta-feira.
A demissão e o diálogo com o governo
Em coletiva realizada no Palácio do Planalto, Sabino afirmou: “Tive uma conversa hoje com o presidente da República e, em virtude da decisão que o partido tomou, entreguei ao presidente minha carta com pedido de saída do ministério, cumprindo meu compromisso”. Ao mesmo tempo, o ministro destacou que a decisão de permanecer no cargo por mais uma semana poderia ser uma oportunidade para o governo tentar contornar a situação e reverter a pressão exercida pelo União Brasil.
Conforme rumores nos bastidores, esse pedido de demissão pode ser visto como uma estratégia para diminuir o desgaste e dar tempo para negociações. Sabino afirmou que busca dialogar com a liderança do União Brasil, mas se esquivou de dar detalhes sobre possíveis acordos com a Executiva do partido.
Possíveis sucessores e a pressão por vagas
Com a iminente saída de Celso Sabino, já se considera a indicação de uma nova pessoa para assumir o Ministério do Turismo. O nome mais cotado até o momento é o da secretária-executiva da pasta, Ana Carla Machado Lopes, que é próxima de Sabino. Entretanto, partidos como PDT e PT também estão em busca de influência no ministério. Nomes como o deputado federal André Figueiredo (PDT) e o presidente da Embratur, Marcelo Freixo (PT), surgem entre as possibilidades.
Sabino tem enfatizado a importância de continuar no governo, especialmente à luz de suas aspirações eleitorais futuras. O ex-ministro, que é deputado federal pelo Pará, tem planos de concorrer a uma vaga no Senado em 2026, em uma chapa com o atual governador Helder Barbalho (MDB). Internamente, já se comenta que Lula poderia apoiar Sabino em sua candidatura, tendo vencido a eleição presidencial no Pará em 2022 com uma expressiva margem de votos.
A situação do União Brasil no governo
Apesar do claro movimento de desembarque do União Brasil, a sigla ainda mantém três ministérios no atual governo. Celso Sabino representa a bancada da Câmara, enquanto os ministros Waldez Góes (Integração Nacional) e Frederico Siqueira Filho (Comunicações), apadrinhados pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), continuam em seus cargos e não devem ser afetados pela mudança de posicionamento do partido.
Preparativos para a COP30
Até a confirmação de sua saída, Sabino estava profundamente envolvido nos preparativos para a COP30, que será realizada em Belém em novembro. A sua saída do ministério poderia atrasar esses planos, mas enquanto aguarda uma definição de sua demissão, ele se comprometeu a continuar as negociações e trabalhá-las junto à coordenação do evento internacional.
Com a pressão do União Brasil e a situação política em constante evolução, o futuro do Ministério do Turismo e de Celso Sabino apresenta um grande desafio para o governo. As próximas semanas serão cruciais para definir não apenas o novo comando da pasta, mas também a posição do partido e suas influências na Esplanada.