Brasil, 27 de setembro de 2025
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Cancelamento de visto da presidente do PSOL gera repercussão

Paula Coradi teve seu visto americano cancelado, e o PSOL considera a medida um ataque político à sua atuação.

O recente cancelamento do visto americano da presidente nacional do PSOL, Paula Coradi, provocou uma onda de descontentamento e protestos entre os membros do partido e seus apoiadores. A decisão foi comunicada pelo consulado dos EUA nesta sexta-feira, após o partido receber informações indicando a sanção. A situação foi classificada por Coradi como uma “evidente retaliação política” devido à postura firme do PSOL em defesa da soberania brasileira.

A decisão do consulado e suas implicações

Na segunda-feira, o consulado americano enviou um comunicado informando que “obtiveram informações” que tornariam Paula inelegível para entrar no país, mas não forneceram detalhes adicionais sobre essas informações. Este episódio não só gerou uma alta tensão política, mas também levantou questões sobre os processos de imigração e a liberdade de expressão no contexto das relações entre Brasil e Estados Unidos.

Coradi, em sua resposta, se mostrou indignada com a ação e disse: “Se pensam que vão nos intimidar com essas medidas tacanhas, esses fascistas estão muito enganados.” Suas palavras ecoam o sentimento de muitos que acreditam que o ato é um golpe contra a democracia e a soberania nacional.

Como funcionou o cancelamento do visto?

O cancelamento do visto se baseou na seção 221(i) da Lei de Imigração e Nacionalidade dos EUA, que permite essa ação mesmo após a emissão do visto. Após a notificação, Paula Coradi teve três dias úteis para apresentar suas explicações ao consulado. Apesar de sua resposta, o cancelamento foi mantido, um ato que muitos interpretam como uma reafirmação da política agressiva do governo Trump contra figuras de esquerda.

“Não vejo isso como um ataque pessoal, mas sim como um ataque ao PSOL por nossa atuação em defesa da soberania do Brasil”, afirmou Coradi em nota oficial. Na mensagem, ela garantiu que não possui antecedentes criminais e sempre forneceu informações verídicas nos pedidos de visto.

Reações e solidariedade do PSOL

Considerando a situação uma forma de perseguição política, o PSOL expressou um veemente repúdio à medida, classificando-a como um ato de intimidação. O partido reiterou seu compromisso em lutar contra ações políticas que consideram arbitrárias, especialmente quando surgem de governos estrangeiros.

Além disso, o deputado federal Guilherme Boulos, do PSOL-SP, manifestou suporte a Coradi, enfatizando que essa escolha do consulado americano demonstra a luta constante contra as políticas de Trump. “Os EUA terem cassado o visto da nossa presidenta só mostra que estamos do lado certo, do lado dos interesses dos brasileiros frente aos ataques de Trump”, disse Boulos.

Críticas à postura dos EUA

A líder do PSOL na Câmara, Talíria Petroni, destacou a continuidade da perseguição de governos americanos a figuras de esquerda no Brasil, ressaltando que isso faz parte de uma escalada autoritária, e defendeu a união do Sul Global para enfrentar as práticas imperialistas. “Isso é parte da escalada autoritária de Trump. Por isso, é hora de fortalecer todo o Sul Global, a América Latina e o Brics para derrotar mais essa etapa do imperialismo estadunidense”, declarou.

Contexto e antecedentes

Vale lembrar que Paula Coradi obteve seu visto anterior em 2018. A nova solicitação foi feita após o extravio de seu passaporte, que continha a autorização válida, de olho em sua participação em um evento programado para Chicago em 2025, ao lado de outras lideranças de esquerda.

Até o momento, o consulado americano não forneceu esclarecimentos sobre as razões do cancelamento, apesar dos esforços da imprensa para obter uma resposta. A falta de transparência nesse tipo de assunto só serve para alimentar a desconfiança entre os brasileiros, principalmente aqueles ligados à esquerda e suas pautas de defesa da soberania e igualdade.

O futuro de Coradi e do PSOL em suas relações com os Estados Unidos permanece incerto, mas uma coisa é certa: o episódio desencadeou uma discussão mais ampla sobre as políticas de imigração e os direitos de expressão, especialmente para vozes que criticam o governo americano. O PSOL promete continuar sua luta em defesa da democracia e contra qualquer tipo de repressão.

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