Brasil, 25 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Quase 150 detentos não retornam após saída temporária no Vale do Paraíba

Mais de 3 mil detentos tiveram saída temporária, mas 148 não voltaram à penitenciária após o término do benefício em setembro.

No último mês, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) revelou que quase 150 detentos de unidades prisionais do Vale do Paraíba e região não retornaram após a ‘saidinha temporária’. O benefício foi concedido a partir do dia 16 de setembro e chegou ao fim na segunda-feira, 22 de setembro. Com um total de 3.225 condenados beneficiados, a situação levanta preocupações sobre a eficácia do sistema de ressocialização no Brasil.

A saída temporária e suas regras

A saída temporária, também conhecida como “saidinha”, é um benefício destinado a internos que possuem bom comportamento e estão cumprindo pena em regime semiaberto. De acordo com a legislação brasileira, os presos têm direito a até quatro saídas por ano, onde podem aproveitar a liberdade temporária para manter laços com a família e a sociedade.

Essas saídas são vistas como uma medida de ressocialização, permitindo que os detentos reflitam e se readaptem à vida fora do sistema prisional. Entretanto, os dados apresentados pela SAP evidenciam o desafio de garantir o retorno desses indivíduos ao convívio dentro das instituições prisionais após o término do benefício.

Dados sobre os detentos que não retornaram

No total, a cidade de Tremembé apresentou o maior número de não retornos com 124 detentos, seguida por Potim e Caraguatatuba, onde 19 e 5, respectivamente, não voltaram às prisões. Os números são alarmantes considerando que a principal função da saída temporária é promover a reintegração ao convívio social e verificar a evolução do comportamento dos internos.

Relação dos beneficiados por unidades prisionais

Abaixo, as unidades prisionais da região e o número de beneficiados pela saída temporária:

  • P1 Masculina Tremembé: 246
  • P2 Masculina Tremembé: 123
  • P1 Feminina Tremembé: 86
  • P2 Feminina Tremembé: 105
  • Pemano Tremembé: 2.323
  • Centro de Detenção Provisória (CDP) de São José: 1
  • Centro de Detenção Provisória (CDP) de Caraguatatuba: 114
  • P1 Potim: 27
  • P2 Potim: 186

Desafios da ressocialização e próximos passos

A situação traz à tona um debate necessário sobre os desafios enfrentados pelo sistema penitenciário brasileiro. A falta de retorno correto dos detentos após o uso do benefício de saída temporária levanta questões sobre a eficácia das medidas de ressocialização e a possibilidade de aprimoramento nas abordagens adotadas.

Especialistas em direitos humanos e políticas públicas afirmam que é fundamental revisar e reforçar as estratégias de ressocialização, garantindo que elas realmente levem em consideração as necessidades dos detentos e suas famílias, bem como as expectativas da sociedade. Além disso, a efetividade do monitoramento pós-saída deve ser considerada para evitar que mais casos como esse se repitam.

É vital que as autoridades busquem soluções eficazes para prevenir a evasão dos detentos, assim como monitorar continuamente os que usufruem do benefício de saída temporária. Um acompanhamento mais próximo e um programa de reintegração social mais estruturado podem ser caminhos para garantir que a ressocialização não se transforme em uma oportunidade para a impunidade.

Com a divulgação desses dados, a sociedade é chamada a refletir sobre a realidade dos encarcerados e o papel que cada um pode desempenhar na promoção de um sistema carcerário mais justo e humano. Somente através de ação conjunta e de políticas eficientes poderemos evoluir em relação a essa questão delicada e complexa.

Para mais informações e atualizações sobre o cenário das penitenciárias no Brasil e na região do Vale do Paraíba, você pode seguir as notícias em nosso portal.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes