Os preços dos alimentos registraram a quarta queda consecutiva no IPCA-15 de setembro, refletindo uma tendência de deflação no grupo que impacta especialmente as famílias de menor renda. Em setembro, a alimentação em domicílio recuou 0,63%, enquanto a alimentação fora do domicílio desacelerou para 0,36%, aponta o indicador divulgado nesta semana.
Preços dos alimentos em declínio e impacto na renda familiar
A queda do grupo Alimentos e Bebidas foi de 0,35%, confirmando a tendência de deflação que deve persistir no índice final. Segundo o economista Gilberto Braga, professor do Ibmec Rio, essa redução é uma boa notícia, especialmente para os mais pobres, que destinam uma parcela significativa de sua renda para alimentação. “A manutenção do movimento de queda nos preços dos alimentos traz um alívio, sobretudo, para a população de baixa renda”, afirma Braga.
Principais alimentos em queda em setembro
Entre os itens que apresentaram maior redução, destacam-se tubérculos, raízes e legumes com -8,55%, hortaliças e verduras com -1,86%, além de pescados (-0,56%), farinhas (-0,55%) e carnes (-0,24%).
Contexto econômico e perspectivas para a inflação
O IPCA-15 de setembro mostrou alta de 0,48%, em linha com o esperado pelos analistas, embora um pouco abaixo da previsão média de 0,52%. Essa trajetória descendente reforça a expectativa de que a inflação continuará a diminuir até o final do ano, após a deflação de 0,14% registrada em agosto, influenciada pelo fim do bônus de Itaipu, que elevou os preços de energia e impactou o grupo Habitação.
Segundo Braga, o dado confirma um cenário de desaceleração da inflação, trazendo alívio para o mercado e para os consumidores. Mais detalhes na análise completa.