Depois de registrar uma queda de 0,29% em agosto — a primeira deflação em dois anos — a prévia da inflação oficial voltou a subir em Brasília. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve uma alta de 0,37% em setembro, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O que é o IPCA-15 e sua importância
O IPCA-15 não é a inflação oficial, mas atua como um termômetro para o comportamento dos preços ao longo do mês. Os dados são coletados entre o dia 15 do mês anterior (agosto, neste caso) e o dia 15 do mês de referência (setembro). Essa prévia ajuda a compreender as tendências de inflação que podem impactar a economia do país nos meses seguintes.
Com o resultado de setembro, a inflação acumulada no Distrito Federal chega a 3,67% no ano e a 5,05% em 12 meses. A média nacional ficou em 0,48%, indicando que a pressão inflacionária está se espalhando por várias regiões do Brasil.
Principais responsáveis pela alta da inflação
Um dos maiores responsáveis pela alta da inflação em setembro foi o encarecimento da energia elétrica. O custo da energia residencial subiu 12,31%, influenciado pelo fim do Bônus de Itaipu, que havia reduzido as contas no mês anterior, e pela volta da bandeira tarifária vermelha patamar 2. Essa bandeira adicional implica um custo extra de R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos, resultando em uma alta de 2,71% no grupo habitação, contribuindo com 0,36 ponto percentual no índice geral.
Outros grupos que impactaram os preços
Além da energia, o grupo saúde e cuidados pessoais também apresentou alta de 0,52%, em grande parte devido ao reajuste dos planos de saúde, que subiram 0,50%. No setor de vestuário, a alta foi de 1,35%, com destaque especial para roupas femininas (aumento de 2,23%) e joias e bijuterias (2,46%).
Alimentos e bebidas: leve alta
Após uma queda no mês anterior, o grupo alimentação e bebidas teve uma leve alta de 0,07%. Entre os produtos que mais subiram de preço estão as frutas, com aumento de 4,05%, e específicamente, a banana-prata, que subiu 10,61%, e o limão, com alta de 30,87%. Outros itens que tiveram significativas altas incluem panificados e carnes, com respectivos aumentos de 1,55% e 1,15%.
Por outro lado, algumas categorias apresentaram queda de preços, como o tomate, que teve uma redução de 15,21%, e o mamão, que caiu 10,07%. Essa situação reforça uma volatilidade considerável nos preços dos alimentos, afetando diretamente o orçamento das famílias brasileiras.
Transportes: a exceção que ajudou a conter a inflação
Por outro lado, o grupo transportes teve uma queda de 0,81%, contribuindo para conter a alta do IPCA-15 em setembro, com um impacto de −0,19 ponto percentual. Os principais recuos foram registrados na gasolina (-0,51%) e no transporte público, especialmente no ônibus urbano, que caiu 9,85%, refletindo a gratuidade aos domingos e feriados. Outras despesas como seguro voluntário de veículos e passagens aéreas também observaram reduções consideráveis, de 4,43% e 1,98%, respectivamente.
O futuro da inflação no Brasil
O IPCA-15 é uma prévia da inflação oficial medida pelo IBGE. Embora utilize a mesma metodologia do IPCA, a coleta de preços ocorre em um período distinto, entre os dias 15 do mês anterior e 15 do mês atual. A pesquisa abrange famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos em 11 regiões metropolitanas, além de Brasília e Goiânia. Os próximos números sobre inflação estarão disponíveis em 24 de outubro, e as expectativas são de que a tendência inflacionária continue a ser observada.
À medida que os brasileiros se adaptam a essa nova realidade de preços, é vital acompanhar como as decisões políticas e econômicas, assim como fatores externos, poderão influenciar o cenário inflacionário nos próximos meses. Fique atento ao desdobramento dessa história e busque sempre informações atualizadas sobre a economia do Brasil.