Neste mês, a Noruega realizou o primeiro voo de teste de um avião elétrico entre duas grandes cidades, marca importante na estratégia do país para descarbonizar o setor de transportes. O Alia CX300, desenvolvido pela Beta Technologies, percorreu 160 quilômetros entre Stavanger e Bergen em 55 minutos, demonstrando a viabilidade da aviação elétrica em rotas de curta distância.
Avanços na aviação elétrica na Noruega
O voo, organizado pela autoridade aeroportuária Avinor e pela companhia Bristow, mostrou que a tecnologia já pode ser aplicada na prática, especialmente em rotas internas. O modelo, com envergadura de 15 metros e velocidade máxima de 283 km/h, transportou dois pilotos e voou de forma estável, embora especialistas alertem sobre o desafio da autonomia das baterias.
Desafios técnicos e infraestrutura
Segundo Guy Gratton, professor da Universidade de Cranfield, as baterias pesam cerca de 50 vezes mais do que a mesma quantidade de combustível e não aliviam o peso durante o voo, como o querosene faz com o combustível convencional. Apesar disso, o governo norueguês investiu US$ 5 milhões para viabilizar o teste e instalou infraestrutura de recarga em aeroportos, incluindo Stavanger, com planos de ampliar essa rede aos 44 terminais do país.
Perspectivas para o transporte regional
Com todos os dias cerca de 560 voos domésticos na Noruega, principalmente em rotas de menos de 400 quilômetros que ligam comunidades isoladas, o governo aposta que os aviões elétricos possam atender a essas linhas já na próxima década. A região do Círculo Polar Ártico também deve se beneficiar dessa inovação, facilitando deslocamentos sem depender de combustíveis fósseis.
Impactos ambientais e metas futuras
A iniciativa faz parte dos esforços da Noruega de alcançar emissões líquidas zero até 2050, consolidando sua posição como maior produtor de petróleo na Europa fora da Rússia e ao mesmo tempo líder em energias renováveis. A matriz elétrica do país, que já é quase totalmente limpa, contribui para que o transporte seja o principal setor a evoluir na redução de emissões.
O sucesso do teste reforça o compromisso norueguês com a sustentabilidade e aponta para uma nova era na aviação regional, que poderá ser mais acessível, eficiente e ambientalmente responsável no futuro.
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