No momento crítico de sua gestão, o presidente argentino Javier Milei recebeu um impulso econômico e político dos Estados Unidos após reunião em Nova York com Donald Trump. A ajuda dos americanos inclui possíveis empréstimos e respaldo internacional, enquanto a economia do país enfrenta forte escassez de dólares e instabilidade política.
Milei enfrenta crise com ajuda dos EUA e do Banco Mundial
Após um período de administra-ção marcada por cortes de gastos, redução de inflação e um acordo de US$ 20 bilhões com o FMI, o governo de Milei passa por dificuldades. A queda acentuada nas reservas do Banco Central e a perda de apoio popular aggravaram a crise, levando investidores a demonstrar desconfiança e pressionar a economia.
Ajuda financeira dos Estados Unidos
Na semana passada, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, declarou que os Estados Unidos estão prontos para oferecer suporte flexível, incluindo linhas de swap cambial e compras de moeda estrangeira, com uma possível concessão de empréstimos ao governo argentino. Para isso, o governo americano afirmou que todas as opções estão na mesa, uma medida incomum na história das relações bilaterais.
Segundo analistas, uma eventual liberação de empréstimos, semelhante ao resgate do México em 1994 durante o Efeito Tequila, poderia ajudar a aliviar a escassez de dólares na Argentina. Aproveitando a oportunidade, o Banco Mundial anunciou que desembolsará US$ 4 bilhões de um pacote de ajuda de US$ 12 bilhões para o país nas próximas semanas.
Crise econômica e política no país
O cenário econômico deteriorou-se em poucos meses. A escassez de dólares, a inflação elevada, reservas quase zeradas e o peso supervalorizado agravaram a crise. Assim, o governo argentino precisou suspender temporariamente as chamadas “retenções de grãos” para tentar aumentar a circulação de dólares na economia antes das eleições legislativas, marcadas para outubro.
Politicamente, Milei sofreu uma derrota nas eleições de Buenos Aires, sua principal base eleitoral, e um escândalo envolvendo sua irmã Karina Milei, acusado de corrupção, afetou sua imagem. Tais acontecimentos elevaram a instabilidade política, dificultando a busca por apoio no Congresso e ameaçando a continuidade de seu programa econômico.
Desafios futuros e recomendações
Economistas apontam que o peso argentino está supervalorizado em 20% a 30%, o que prejudica a competitividade do país. Para estabilizar o mercado, será necessário favorecer a desvalorização cambial, ampliar as exportações e reduzir as importações, fomentando um fluxo constante de dólares.
O resultado das eleições de outubro será fundamental. Se Milei não conquistar apoio suficiente no Parlamento, suas ações poderão perder força, aumentando a incerteza e a pressão dos mercados. Ainda permanecem incógnitas as condições do eventual apoio dos EUA e as reciprocidades que poderão ser exigidas.
Perspectivas de recuperação econômica e política
Especialistas alertam que o caminho para estabilizar a economia argentina será longo, enfrentando obstáculos internos e externos. A ajuda internacional pode aliviar a crise momentaneamente, mas a recuperação sustentável depende de acordos políticos sólidos e de reformas estruturais que restabeleçam a confiança dos investidores.
O governo de Milei enfrentará, nos próximos meses, o desafio de consolidar seu apoio político, equilibrar o mercado cambial e buscar estabilidade nas reservas para evitar uma nova deterioração econômica. A semana que vem será decisiva para determinar o futuro da crise e das negociações com os parceiros internacionais.
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