A corrida pela inteligência artificial (IA) nos smartphones entra em uma nova etapa, na qual os assistentes digitais deixam de ser simples comandos de voz e passam a atuar como colaboradores altamente personalizados. Essa mudança ocorre com o lançamento de novas tecnologias que se adaptam aos gostos do usuário, permitindo recomendações proativas e execução de tarefas específicas, com aprendizado contínuo no dispositivo.
IA sob medida para o sistema Android e o mercado brasileiro
A promessa das empresas de tecnologia é oferecer uma IA sob medida, mais íntima e eficiente para a nova geração de celulares com o sistema Android, do Google. Essas inovações prometem transformar a experiência do usuário ao tornar os dispositivos mais inteligentes, próximos do comportamento e preferências de cada um.
Recomendações e automação baseada na rotina
Segundo especialistas, a nova IA será capaz de reconhecer momentos livres na agenda do usuário e adaptar suas ações em tempo real, como sugerir atividades ou ajustar configurações. Ela também poderá extrair informações de contas de cobrança e, automaticamente, sugerir ou realizar pagamentos. “Funciona como andar na rua com alguém que conhece seus gostos e preferências, ajudando a atuar de forma quase intuitiva”, explica Cristiano Amon, CEO da Qualcomm.
Início da mudança com o lançamento de novos chips
O primeiro passo dessa nova etapa começa nesta semana, durante o lançamento da quinta geração do processador Snapdragon Elite 8, produzido pela Qualcomm. Participam do evento empresas como Samsung, Xiaomi, Oppo, Realme, Microsoft, Google, Adobe e Mercedes-Benz. O novo chip combina melhorias de desempenho com maior eficiência energética e funções avançadas de IA.
Desempenho e eficiência aprimorados com tecnologia de ponta
O processador, fabricado pela TSMC com tecnologia de três nanômetros, oferece até 35% mais eficiência energética e execução de tarefas 20% mais rápida em relação à geração anterior. Este avanço possibilita recursos como tradução em tempo real, edição de vídeos e filtros automáticos em fotos, tudo de forma mais rápida e econômica.
IA híbrida: processamento na nuvem e no dispositivo
O executivo Cristiano Amon destaca que essa IA será híbrida, operando tanto na nuvem quanto na borda (inside do aparelho). A inteligência criada na nuvem será responsável por tarefas mais complexas, enquanto a execução no aparelho garante agilidade, maior privacidade e uso de dados mais próximo ao usuário. “A IA na borda captura dados, faz ajustes imediatos e raciocina de forma rápida, tornando-se sua,” afirma.
Impactos na interface e no uso do dispositivo
Segundo Chris Patrick, vice-presidente da Qualcomm, a nova interface será centrada na interação natural, onde o computador aprende a entender o que vemos, ouvimos e escrevemos, adaptando-se de forma pessoal às atividades do usuário. Essa mudança pode transformar o celular em um verdadeiro copiloto digital, revolucionando a forma de usar e interagir com a tecnologia.
Perspectivas futuras e o papel da IA
Especialistas avaliam que essa movimentação promove uma transformação profunda no mercado de dispositivos móveis, criando um ecossistema de serviços mais inteligente, personalizado e integrado ao cotidiano. A aposta na IA como protagonista indica uma aposta clara na personalização e na eficiência na experiência digital.
Por outro lado, a Apple focou recentemente na mudança de design e novos serviços em seus modelos mais recentes, com pouca ênfase em IA, contraste com o que se apresenta no universo Android. A tendência é que essa tecnologia se torne a principal interface de interação com os dispositivos móveis.
*O repórter viajou a convite da Qualcomm
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