A Gol anunciou nesta quinta-feira (25) o encerramento das negociações de fusão com a Azul, após meses de esforços para concretizar a união entre as companhias aéreas. Segundo comunicado oficial, a decisão foi motivada pelo não avanço das discussões e pelas mudanças ocorridas no cenário desde o início das tratativas.
Fim do acordo de codeshare e das negociações
O Grupo Abra, controlador da Gol, notificou a Azul sobre o encerramento das negociações, incluindo o acordo de codeshare que havia sido firmado em maio do ano passado. De acordo com o grupo, “as partes não tiveram discussões significativas após a assinatura do Memorando de Entendimentos em janeiro de 2025”, explicou a nota oficial.
O acordo de codeshare, que permite compartilhar voos, canais de venda e programas de fidelidade, também foi rescindido. A Gol garantiu que continuará atendendo aos seus clientes, honrando bilhetes comercializados dentro do escopo da parceria, mesmo após o fim do processo de fusão.
Mudanças no cenário regulatório e impacto na concorrência
Desde a assinatura do memorando, houve alterações no contexto regulatório, incluindo o pré-arquivamento do processo junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O órgão decidiu que o contrato de codeshare precisava ser notificado ao órgão em até 30 dias a partir da publicação da ata do julgamento no Diário Oficial da União, em setembro.
O relator do caso, conselheiro Carlos Jacques, destacou que acordos de codeshare não possuem isenção automática de análise antitruste, devendo ser avaliados individualmente. Caso o acordo não fosse notificado dentro do prazo, ele seria suspenso automaticamente, preservando apenas as passagens já emitidas.
Situação atual e próximos passos
Embora o fim das negociações represente uma interrupção na tentativa de fusão, o Grupo Abra reafirmou seu compromisso com a retomada de negociações futuras. “Acreditamos no mérito de uma combinação de negócios entre a Azul e a Gol e estamos abertos a dialogar com os stakeholders pertinentes”, afirmou a nota oficial.
A decisão também marca o fim do projeto de integração das rotas e programas de fidelidade, o que pode influenciar a competitividade do mercado aéreo doméstico. Analistas avaliam que o encerramento das tratativas pode manter a disputa acirrada entre as companhias, impactando potencialmente os preços das passagens.
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