O Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro – Antonio Carlos Jobim, o Galeão, deve passar de 18 milhões para 30 milhões de passageiros nos próximos três anos, segundo previsão do ministro Silvio Costa Filho. A projeção foi anunciada nesta quinta-feira (25), durante assinatura do termo de repactuação do contrato de concessão do aeroporto, em uma das salas VIPs do terminal.
“Saímos de pouco menos de 5 milhões de passageiros, em 2023, para mais de 18 milhões neste ano, e a projeção é alcançar 30 milhões nos próximos três anos. Essa reestruturação fortalece o turismo, a logística e a geração de emprego e renda, reafirmando o papel do Galeão como um ativo estratégico para o Brasil”, afirmou Costa Filho.
Contexto e controle acionário
Controlado pela RIOgaleão, uma concessionária formada pelo grupo singapurês Changi Airports International e pelo Vinci Compass, do Brasil, o Galeão tem 51% da operação. Os outros 49% pertencem à Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), ligada ao Ministério de Portos e Aeroportos.
A concessão, iniciada em 2014 com um lance de R$ 19 bilhões, foi alvo de renegociações após a pandemia de covid-19, que afetou a movimentação no terminal. Na época, o grupo controlador chegou a manifestar intenção de devolver a operação, mas após negociações concluídas em 2024, o acordo reforçou o potencial do aeroporto como hub da América do Sul.
Reconfiguração do contrato e crescimento
Dentre as mudanças, destaque para a nova forma de pagamento da outorga, que será baseada em 20% do faturamento bruto anual da concessionária, atualmente fixada em cerca de R$ 1 bilhão. O prazo de concessão, originalmente até 2039, deve ser estudado para possível extensão.
Segundo o ministro Costa Filho, o crescimento do Galeão também possibilita uma liberação gradual do limite de passageiros no Aeroporto Santos Dumont, que atualmente é de 6,5 milhões anuais. Com essa estratégia, busca-se ampliar a capacidade de ambos os terminais sem cannibalização.
Repercussões e interesse de investidores
O secretário-executivo do ministério, Tomé Franca, reforça que o acordo traz segurança jurídica para investidores, destacando que o Brasil é um ambiente favorável ao desenvolvimento econômico.
O presidente da Riogaleão, Alexandre Monteiro, salientou que a repactuação reflete a necessidade de ajustar o contrato às modernas práticas de concessão no país, beneficiando usuários e a economia local.
Para março de 2026, está prevista a venda assistida do Galeão, com lance mínimo de R$ 932 milhões, considerando valor de mercado de cerca de 40% a 50% dessa quantia, a ser pago pela Infraero para vender sua participação de 49% ao vencedor.
Perspectivas futuras e concorrência regional
As autoridades apontam que a valorização do aeroporto atrai interesse de investidores, com a maior controladora, Vinci Compass, adquirindo 70% das ações da Changi. O governo também avalia a possibilidade de ampliar a operação do Galeão, que deve se consolidar como principal hub internacional do Brasil, frente à restrição de voos no Santos Dumont.
O crescimento do movimento no Galeão chega em um momento de disputa política com o Aeroporto Santos Dumont, controlado pela Infraero, que passa por modernizações e obras de ampliação. O ministro Costa Filho destacou que, a partir de março, será possível ampliar gradativamente a capacidade de ambos os terminais.
Futuro da Infraero e investimentos
Com a maior privatização de aeroportos ocorrida nos últimos anos, atualmente 90% do movimento doméstico é realizado em aeroportos concedidos à iniciativa privada. O Santos Dumont, controlado pela estatal, continua sem previsão de concessão, mas o ministro sinais que esse debate pode ocorrer no futuro.
Investimentos em obras estruturais continuam em andamento no Santos Dumont, com R$ 450 milhões previstos, incluindo melhorias na pista e nos banheiros. A tendência é que a Infraero concentre seus esforços em aeroportos regionais, fortalecendo essa atuação no Brasil.
A repactuação do Galeão marca uma nova fase na mobilidade aérea do Rio de Janeiro e do país, ampliando o potencial de crescimento e de atração de investimentos internacionais.
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