O fenômeno dos ataques a instituições educacionais e crianças em idade escolar se intensifica a cada ano, expondo uma realidade preocupante em várias regiões do mundo. Embora a mídia global destaque casos que ocorrem em países desenvolvidos, os dados revelam que a devastação é ainda mais grave em áreas isoladas e zonas de guerra. Segundo informações divulgadas pela ONU, coincidindo com o Dia Internacional para a Proteção da Educação, os locais mais atingidos incluem os Territórios Palestinos Ocupados, com foco na Faixa de Gaza, além da República Democrática do Congo, Somália, Nigéria e Haiti.
A tragédia continua a crescer
A análise dos dados coletados e publicados pela ONU é alarmante: em 2024, 41.000 crianças e jovens foram vítimas de ataques enquanto estavam na escola. Este número representa um aumento de 44% em comparação ao ano anterior, uma tendência que tem preocupados especialistas e defensores dos direitos humanos.
Brain Graziani, autor do relatório da ONU, destaca que “a tragédia infinita de crianças mortas enquanto estudam é mais brutal a cada ano”. Ele menciona que essa tragédia não se restringe a países em conflito, mas também se reflete na Europa e nos Estados Unidos, onde massacres em escolas, como o ocorrido em Columbine, chamaram a atenção mundial.
Os locais mais afetados
Infelizmente, muitas regiões do mundo continuam a viver em um estado de vulnerabilidade extrema, e a educação é frequentemente colocada em risco. Os dados da ONU mostram que o impacto da violência se junta às dificuldades econômicas enfrentadas por esses países. No Haiti, mais de um milhão de crianças estão em situação crítica, vulneráveis à violência de gangues que se alastram pelo país. O cenário tem expulsado crianças de suas escolas e as obrigado a se submeter a situações de risco.
A situação em Gaza é igualmente terrível, onde mais de dois milhões de pessoas foram deslocadas devido aos conflitos, e 660 mil crianças estão privadas do direito à educação. Quando as escolas são transformadas em abrigos, muitas vezes se tornam armadilhas mortais, como evidenciado pelo trágico ataque que atingiu o Instituto Fahmi Al-Jirjawi, resultando na perda de 50 vidas.
Impacto na educação global
Na Ucrânia, a guerra deixou cinco milhões de crianças sem acesso à educação de qualidade, e cerca de 115 mil delas não têm mais sequer a possibilidade de abrir um livro. Com a destruição de aproximadamente 2.400 escolas, o ensino à distância tornou-se uma alternativa precária em um cenário de falta de conexões de internet e suporte adequado por parte das autoridades.

Além da devastação física dos edifícios, essa violência tem consequências psicológicas duradouras nos jovens afetados, que carregam traumas devido aos eventos que presenciam. O secretário-geral da ONU, António Guterres, enfatizou que “nenhuma criança deve arriscar a vida para aprender”, lembrando a todos que a educação é uma ferramenta fundamental para um futuro pacífico.
Um futuro incerto
Com a escalada da violência e os conflitos contínuos, o futuro da educação nas regiões afetadas parece sombrio. Para milhões de crianças que desejam aprender, a escola, que deveria ser um lugar seguro, tornou-se um espaço de risco e sofrimento. A expectativa é que a comunidade internacional se una para proteger esses direitos fundamentais, assegurando que a educação possa novamente florescer, mesmo em ambientes desafiadores.
Para se bibliotecar as questões referentes à educação em áreas de conflito, a ONU instituiu datas significativas como o Dia Internacional da Educação, celebrado em 24 de janeiro, e o Dia Internacional Para Proteger a Educação de Ataques, comemorado em 9 de setembro. Ambas representam oportunidades para refletir sobre a importância da educação e a proteção dos direitos das crianças em todo o mundo.
A luta para garantir o direito à educação em meio a situações de conflito continua sendo um dos maiores desafios, mas a esperança reside na mobilização da comunidade global para enfrentar essa crise.
*Agência Fides