Brasil, 25 de setembro de 2025
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Deputado que apoiou Bolsonaro deve relatar caso de Eduardo

Deputado Marcelo Freitas é indicado relator do processo que pode cassar Eduardo Bolsonaro.

O deputado Delegado Marcelo Freitas (União-MG) deve ser confirmado nesta sexta-feira como relator no Conselho de Ética da Câmara do processo que pode resultar na cassação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A escolha desse parlamentar ocorre em um contexto onde ele é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, em cujas campanhas eleitorais, tanto em 2018 quanto em 2022, prestou apoio.

O processo de cassação e seus desdobramentos

Na última terça-feira, o colegiado instaurou o procedimento de análise, onde o sorteio colocou em evidência não apenas Freitas, mas também os deputados Duda Salabert (PDT-MG) e Paulo Lemos (PSOL-AP). Ambos são opositores a Eduardo e certamente teriam direcionamentos favoráveis à elaboração de relatórios que podem conduzir à sua cassação. Essa dinâmica levanta um alerta entre os apoiadores de Eduardo Bolsonaro, que acreditam que a relatoria nas mãos de Freitas pode ser menos hostil, mas ainda representa um risco significativo de perda de mandato.

Aliados de Eduardo Bolsonaro consideram a escolha de Freitas como um “cartão amarelo”, uma advertência no contexto da política, sem que isso signifique necessariamente um “cartão vermelho” imediato. Entretanto, a visão predominante dentro da Câmara é de que a possibilidade de Eduardo escapar da cassação é extremamente remota.

Reações em torno da relatoria

O processo de escolha já levantou polêmica, especialmente após Duda Salabert ter gravado um vídeo afirmando que sua indicação poderia levantar questionamentos éticos, devido ao passado conflituoso com Eduardo Bolsonaro. Em 2022, uma mensagem hostil contra Duda por parte do deputado gerou uma onda de críticas e intensificou o clima de confronto entre eles. Esta declaração, interpretada como uma antecipação de voto pela cassação, fez com que sua possível indicação à relatoria fosse rapidamente descartada.

Quem é Marcelo Freitas?

Marcelo Freitas se destaca como um parlamentar que possui uma trajetória repleta de reviravoltas. Antes de se tornar deputado, foi ex-delegado da Polícia Federal e teve uma participação ativa na campanha de Jair Bolsonaro em Minas Gerais. Freitas também relatou a PEC da Previdência, considerada uma das principais reformas do governo. Vale ressaltar que, após o racha do PSL em 2019, ele alinhou-se a Luciano Bivar, distanciando-se do núcleo mais próximo ao bolsonarismo. No entanto, em um retorno político, declarou apoio à reeleição de Bolsonaro.

Recentemente, Freitas afirmou: “O União Brasil em Minas Gerais apoiará Jair Messias Bolsonaro porque compreende que, entre as propostas colocadas, essa é a melhor opção para o nosso país.” Tal afirmação reflete a continuidade de sua relação com o ex-presidente mesmo em momentos de crise.

Acusações contra Eduardo Bolsonaro

A escolha do relator acontece sob um cenário complicado para Eduardo, que continua a ser alvo de investigações. O PT tem acusado Eduardo de ultrapassar os limites do cargo, dedicando-se no exterior a articular sanções contra autoridades brasileiras e atacando frequentemente o Supremo Tribunal Federal (STF). Curiosamente, Eduardo já está fora do Brasil há sete meses e enfrenta um processo administrativo por faltas não justificadas. Sua tentativa de buscar uma blindagem através da liderança da Minoria foi interrompida pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que justificou que a posição não pode ser ocupada por quem reside fora do país.

Expectativas para o futuro

No ambiente político, deputados comentam que a escolha iminente por Freitas pode representar um momento de alívio temporário para Eduardo. Contudo, isso não encerra o risco de cassação. Interlocutores acreditam que Freitas pode conduzir o processo de uma maneira que oferece a Eduardo um tempo adicional, mas ainda assim a pressão sobre ele permanece. A dinâmica política nas próximas semanas será crucial, tanto para o futuro de Eduardo Bolsonaro quanto para a imagem do Conselho de Ética da Câmara.

Vale lembrar que o desfecho deste caso pode ter implicações significativas, não apenas para os envolvidos diretamente, mas também para a política brasileira, refletindo as tensões entre os diferentes grupos no cenário atual.

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