Brasil, 25 de setembro de 2025
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Coreia do Sul mantém investimentos nos EUA suspensos por crise de vistos

Projetos de investimento sul-coreanos nos EUA permanecem suspensos até que a questão dos vistos seja resolvida, alerta o governo de Seul.

A Coreia do Sul anunciou nesta quarta-feira (25) que continuará com a suspensão dos projetos de investimento nos Estados Unidos até que os problemas relacionados aos vistos de profissionais sul-coreanos sejam solucionados. O primeiro-ministro Kim Min-seok pediu à Washington que agilize as ações para tranquilizar os cidadãos sul-coreanos preocupados com possíveis detenções por trabalho irregular.

Crise de vistos afeta projetos e investimentos sul-coreanos

Segundo Kim, a ausência de garantias firmes referentes à segurança dos trabalhadores dificulta a entrada ou o retorno de muitos profissionais sul-coreanos aos EUA. “Sem resolver a questão dos vistos, avanços significativos permanecem praticamente impossíveis”, afirmou à Bloomberg News, em entrevista exclusiva realizada em Seul.

Ele ressaltou que, embora os projetos de investimento não tenham sido totalmente interrompidos, a dificuldade de circulação de trabalhadores impacta diretamente as negociações, incluindo um fundo de US$ 350 bilhões acordado em julho, que também sofre incertezas devido à crise migratória.

Impacto na relação comercial e nos planos de cooperação

O incidente que resultou na detenção de centenas de sul-coreanos em uma fábrica de baterias na Geórgia, da Hyundai Motor e LG Energy Solution, no início deste mês, gerou forte repercussão na Coreia do Sul. Os trabalhadores presos foram liberados após uma semana, mas a imagem de trabalhadores algemados alimentou a indignação pública e levantou dúvidas sobre os intensos planos de investimento coreanos nos EUA.

Kim explicou que, na ausência de garantias de segurança, muitos trabalhadores e suas famílias relutam em retornar aos EUA enquanto a questão dos vistos continuar sem solução. “Essa situação prejudica os investimentos e alimenta a tensão na relação bilateral”, afirmou.

Negociações e tensões em torno do acordo comercial

O problema dos vistos intensificou as dificuldades nas negociações para finalização de um tratado comercial, que inclui a redução da tarifa de importação de 15% sobre produtos sul-coreanos. O governo sul-coreano espera estruturar o fundo de US$ 350 bilhões principalmente por meio de empréstimos e garantias, mas Washington vem pressionando por maior participação em ações, em uma disputa que pesa sobre as ambições econômicas de Seul.

O compromisso de investimento representa mais de 70% das reservas estrangeiras da Coreia do Sul, o que torna um eventual impasse uma ameaça à estabilidade econômica do país. O presidente Lee Jae-myung afirmou recentemente que a Coreia do Sul precisa de um acordo de swap cambial com os EUA para evitar uma crise semelhante à de 1997, durante a Crise Financeira Asiática.

Perspectivas para os próximos meses

Embora Kim tenha evitado detalhes sobre as negociações, ele afirmou que um acordo que imponha pesados encargos fiscais ao país pode necessitar de aprovação parlamentar. “Esperamos que as negociações avancem de maneira mutuamente benéfica, sem se estender até o próximo ano”, completou.

Enquanto isso, as tensões políticas e econômicas podem impactar encontros importantes, como a visita do presidente americano Donald Trump à Coreia do Sul, prevista para o próximo mês, durante a reunião da APEC em Gyeongju. Kim Jong Un, da Coreia do Norte, também sugeriu uma possível retomada do diálogo com Trump, condicionando uma conversa à suspensão de exigências de desnuclearização.

Kim encerrou a declaração enfatizando que “eventos inesperados sempre podem ocorrer”, deixando a porta aberta para mudanças no cenário diplomático entre os países envolvidos.

Fonte: O Globo

internacional, economia, diplomacia, EUA, Coreia do Sul

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