Brasil, 25 de setembro de 2025
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Ciberataques expõem vulnerabilidades no setor aéreo

Aumento de ataques cibernéticos no setor de aviação gera preocupações sobre segurança e consequências para passageiros.

Uma onda de ciberataques que resultou no cancelamento de voos de Dallas a Berlim foi orquestrada para provocar caos e desencorajar as pessoas em suas rotinas diárias, conforme afirmado por especialistas. O impacto foi sentido em alguns dos maiores aeroportos do mundo no último fim de semana, quando uma falha na gestão do tráfego aéreo levou a uma paralisação em voos nos Estados Unidos e um ataque cibernético atingiu sistemas de check-in e embarque em Heathrow, Bruxelas e Berlim.

Além disso, drones misteriosos foram avistados sobre quatro aeroportos na Dinamarca – Aalborg, Sonderborg, Esbjerg e a base aérea de Skrydstrup – nos últimos dias. Esses eventos ocorreram logo após drones serem detectados em Copenhagen e Oslo, levando a mais complicações para os voos.

O impacto dos ataques à aviação

O Dr. Daniel Gardham, do Centro de Cibersegurança da Universidade de Surrey, destacou que é “não surpreendente” que a indústria da aviação tenha sido alvo de tais ataques. “Esses alvos muito visíveis afetam pessoas comuns, o que gera atenção sobre esses assuntos, mesmo para quem não se importa.” Ele também observou que os aeroportos têm múltiplos sistemas integrados que precisam funcionar em harmonia, criando um ambiente propício para os cibercriminosos.

Esses sistemas variam desde a gestão de bagagens até o abastecimento de aeronaves, o que amplia as possibilidades de um ataque bem-sucedido. O especialista reiterou que, embora as complexidades tecnológicas não devem desaparecer rapidamente, os passageiros não precisam se preocupar excessivamente com possíveis interrupções relacionadas à cibersegurança. “Os aeroportos estão cientes de que estão sendo visados e isso os preocupa”, disse.

Preparações brasileiras para novos ataques

O especialista em cibersegurança e hacker ético Mantas Sabeckis comentou que o setor aéreo do Reino Unido está levando a sério as ameaças cibernéticas. De acordo com uma pesquisa recente sobre violação de segurança cibernética no Reino Unido, cerca de 76% das grandes empresas britânicas possuem planos de contingência em caso de incidentes cibernéticos.

“Eles enfatizam a necessidade de manter sistemas atualizados, treinar funcionários sobre riscos cibernéticos e ter um plano sólido para a recuperação em caso de falhas”, indicou Sabeckis. No entanto, ele observou que a aviação ainda é complexa, com muitas empresas e fornecedores trabalhando juntos, o que cria vulnerabilidades, como evidenciado pelo recente ataque cibernético ligado à Collins Aerospace.

Passagens digitais: uma solução segura?

Com os aeroportos em alerta, as companhias aéreas já estão se preparando para abolir o uso de passes de embarque em papel. A Ryanair, por exemplo, adotará um sistema 100% digital a partir de 12 de novembro, uma mudança que já foi considerada um pesadelo por alguns passageiros. Apesar de os passes digitais acelerarem o processo de check-in, eles trazem riscos, especialmente num contexto de ataques recentes.

Sabeckis alertou que, embora os passes digitais sejam o futuro, é crucial implementá-los cuidadosamente. “Os cabines de embarque podem acabar dependendo de processos manuais, como passes escritos à mão, o que pode atrasar e causar confusão”, disse ele, enfatizando a importância de se preparar para ameaças cibernéticas mais frequentes e sofisticadas.

A situação nos Estados Unidos

A aviação americana não está imune a esses desafios. No passado recente, companhias aéreas dos EUA foram atacadas pela rede criminosa Scattered Spider, que paralisou sistemas de pagamento de grandes empresas como a Marks and Spencer no Reino Unido, levando o FBI a emitir alertas sobre esse grupo em junho.

O FBI observou que o grupo ampliou sua atuação para o setor aéreo e que essas ações costumam empregar técnicas de engenharia social, como a imitação de funcionários para enganar equipes de suporte técnico. Em 2024, um relatório indicou que 55% das organizações de aviação civil nos EUA haviam sofrido ataques de ransomware no último ano, evidenciando um crescente risco à segurança cibernética.

“A manutenção e melhoria das defesas cibernéticas na aviação dos EUA dependem de um financiamento consistente, regulamentação rigorosa e colaboração entre os setores público e privado”, concluiu Sabeckis.

Em um mundo cada vez mais conectado, os desafios relacionados à segurança no setor aéreo exigem atenção contínua e medidas proativas para proteger tanto companhias aéreas quanto passageiros.

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