Brasil, 25 de setembro de 2025
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Brasil e EUA negociam interesses comerciais em expectativa de encontro entre Lula e Trump

Governo e setor privado brasileiro preparam itens na lista de negociações, incluindo automóveis, biocombustíveis e minerais estratégicos

O governo brasileiro e o setor privado estão atentos à possível reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, prevista para tratar do tariffamento de produtos brasileiros pelos Estados Unidos. A lista de itens em pauta inclui automóveis, filmes de Hollywood, biocombustíveis, tecnologia, carnes, minerais críticos e terras-raras.

Perspectiva de diálogo para redução de tarifas

Apesar do ceticismo, empresários avaliam que a disposição ao diálogo pode sinalizar uma mudança na relação comercial entre os dois países, especialmente após Trump ter imposto uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Lula afirmou ontem que não poderia antecipar os temas que serão discutidos, mas que há otimismo e intenção de manter o respeito mútuo na conversa.

Itens na mesa de negociação e interesses bilaterais

Segundo documentos do Escritório de Comércio dos EUA (USTR), o Brasil impõe tarifas elevadas em setores diversos, incluindo automóveis, eletrônicos, carnes, aço e têxteis. Pedidos por maior abertura do mercado brasileiro poderão resultar em acordos específicos, especialmente em produtos como frutas, café, máquinas e equipamentos, além de pescados.

O governo americano também demonstra interesse em minerais críticos brasileiros, como lítio, cobre, nióbio e terras-raras, essenciais para a transição energética e processo de descarbonização global. Lula declarou que o tema está na mesa para negociação, envolvendo também investimentos e transferência de tecnologia, mediante contrapartidas.

Potencial reaproximação estratégica e setores envolvidos

Em missão aos EUA organizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), representantes do setor discutiram com autoridades norte-americanas setores estratégicos como minerais, energia renovável e data centers. A avaliação é de que o encontro presidencial pode fortalecer a cooperação e reduzir barreiras comerciais.

Setor de data centers, por exemplo, enxerga avanços devido à aprovação de regime tributário especial, conhecido como Redata, que beneficia fornecedores norte-americanos de tecnologia. O presidente da Associação Brasileira de Data Center (ABDC), Renan Lima Alves, afirmou que a medida reforça o papel dos EUA como principais investidores no Brasil.

Impacto no setor de carnes e outros produtos

O setor de carne bovina manifesta esperança de que o tarifaço de Trump possa ser revisto, permitindo maior mercado para a carne brasileira, especialmente a magra. Empresas como a JBS, maior processadora mundial, continuam investindo nos EUA, onde já destinam uma significativa porção de sua receita. A expectativa é de que tarifas possam ser ajustadas, facilitando negócios bilaterais.

Compromisso com soberania e diálogo multilateral

Lula ressaltou o compromisso de defender a soberania e a democracia do Brasil, excluindo temas que envolvam a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo STF. A postura do presidente brasileiro é de diálogo aberto, com foco na cooperação mútua, como destacou: “Se Trump está preocupado com o trabalho do povo americano, é um direito dele. Meu papel é debater na Organização Mundial do Comércio para fortalecer o multilateralismo.”

O presidente também afirmou que o Brasil, como uma das maiores economias do continente, busca uma parceria mais estreita com os Estados Unidos, sem conflitos. “Não há razão de Brasil e EUA viverem momentos de conflito, sendo as duas maiores economias do continente”, declarou Lula.

Temas de interesse bilateral e expectativas para futuras negociações

Entre os interesses dos EUA estão acesso a minerais estratégicos brasileiros, essenciais para tecnologia e energia renovável. O governo brasileiro deseja garantir investimentos e transferência de tecnologia, além de manter o controle sobre sua soberania econômica.

A possibilidade de entendimento, especialmente nos setores de data centers e minerais críticos, causa otimismo no setor empresarial, que vê na reunião uma oportunidade de fortalecer os vínculos comerciais e estratégicos entre Brasil e EUA, mesmo diante do histórico de tarifas elevadas.

Para mais detalhes, acesse o link original.

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