No coração de Fortaleza, anúncios chamativos prometem empréstimos de até R$ 50 mil com facilidade e rapidez. Contudo, por trás dessa aparente facilidade, esconde-se uma prática ilegal que pode resultar em agiotagem. Esta prática criminosa, frequentemente disfarçada como soluções financeiras acessíveis, pode trazer sérios prejuízos aos consumidores que buscam auxílio, acima de qualquer instabilidade financeira.
O cenário dos empréstimos irregulares
Recentemente, o programa Bom Dia Ceará destacou a presença de cartazes que anunciam empréstimos no cartão de crédito, garantindo que o interessado possa obter R$ 1.000 de forma imediata, pagando parcelas de R$ 104,99. Embora a oferta possa parecer tentadora, especialistas alertam para os perigos dessa modalidade.
“A prática é criminosa e pode configurar agiotagem, pois não possui a devida regulamentação legal”, afirmou o advogado Dave Prada, especialista em direito do consumidor. Os empréstimos desse tipo podem resultar em penalizações que vão de seis meses a dois anos de detenção, além de possíveis sanções financeiras.
Como funcionam esses empréstimos?
Os anúncios encontrados nas ruas de Fortaleza são apenas a ponta do iceberg. Um exemplo é a empresa “CE Soluções”, que utiliza respostas automatizadas no WhatsApp para interagir com clientes. As opções incluem informações sobre empréstimos e formas de pagamento, mas, curiosamente, não atendem ligações telefônicas.
A contratação desses empréstimos, geralmente, exige o uso do cartão de crédito do solicitante, onde o valor é creditado e o dinheiro é entregue em espécie. Para ilustrar, se uma pessoa solicitar R$ 5.000, poderá pagar em 10 parcelas de R$ 629,99 ou 12 parcelas de R$ 524,99, totalizando cerca de R$ 6.299,90. A diferença entre o valor recebido e o que será pago demonstra a gravidade das taxas de juros aplicadas.
Os riscos envolvidos
A decisão de optar por empréstimos irregulares pode levar à armadilha do superendividamento. Prada destaca que a falta de um contrato formal e a ausência de garantias legais expõem o consumidor a verdadeiras armadilhas e abusos na cobrança.
Além disso, a praticidade do ambiente digital favorece o anonimato dos criminosos, tornando mais fácil que tais práticas ilegais sejam realizadas sem supervisão. “O cidadão deve ser cauteloso em relação a ofertas realizadas exclusivamente por meios digitais, como WhatsApp ou aplicativos, sem um contato físico confiável. Sempre desconfie de propostas que exigem dados pessoais ou pagamentos antecipados”, adverte o advogado.
Como se proteger de agiotagem?
Prada sugere algumas medidas de precaução que os consumidores devem adotar:
- **Verifique se o credor é autorizado pelo Banco Central**: Sempre busque informação sobre a legalidade da instituição que está oferecendo o empréstimo.
- **Evite enviar dados pessoais**: Não compartilhe informações como RG, CPF ou quaisquer documentos sem a confiança necessária.
- **Nunca faça pagamentos antecipados**: Se solicitado, desconfie da operação e pesquise a fundo.
- **Faça denúncias**: Caso se torne vítima de agiotagem, entre em contato com a polícia ou com o Procon.
Com essas diretrizes, o consumidor pode se blindar contra as armadilhas de agiotas e proteger suas finanças. Em um mundo onde a informação e a transparência são essenciais, cautela e pesquisa são as melhores armas contra fraudes financeiras.
Portanto, se você se deparar com essas práticas, lembre-se: o melhor caminho a seguir é buscar instituições financeiras regulamentadas e confiáveis, evitando assim o risco de entrar em um ciclo de dívidas impagáveis.
Por fim, a conscientização sobre empréstimos irregulares é fundamental para garantir que os consumidores estejam sempre um passo à frente dos golpistas que operam nesse setor.
