No último dia 24 de setembro, a Polícia Civil da Bahia deu um importante passo na investigação e combate à criminalidade que assola a comunidade cigana na região ao prender Diego Barreto da Silva, apontado como mandante de chacinas em Jequié e Feira de Santana. A prisão ocorreu em Feliz Deserto, Alagoas, onde o suspeito foi detido após tentar fugir de uma blitz, jogando seu veículo contra os policiais.
Detalhes da prisão e do mandado
Diego era alvo de um mandado de prisão preventiva por homicídios, acumulando acusações graves ligadas a crimes de sangue na Bahia. Durante a perseguição, ele apresentou um documento falso, mas os agentes da lei conseguiram confirmar sua verdadeira identidade, o que resultou na sua prisão. Além das acusações relacionadas aos homicídios, ele será responsabilizado também por falsidade ideológica, e aguarda a audiência de custódia em Alagoas, enquanto a questão de sua custódia junto ao estado da Bahia ainda não foi definida.
Chacinas atribuídas a Diego Barreto
Segundo informações apuradas, Diego Barreto teria encomendado os ataques em decorrência de rivalidades e vinganças que envolvem famílias ciganas, das quais ele também é membro. Entre os crimes mais notórios que lhe são atribuídos, destacam-se:
- O assassinato de quatro ciganos durante um ataque em um restaurante em Feira de Santana, em setembro de 2023;
- A execução de seis pessoas de uma mesma família em Jequié, incluindo uma criança de apenas 5 anos e uma mulher grávida;
- A morte de um cigano em Rafael Jambeiro, dois dias antes da chacina em Jequié.
Os ataques em Feira de Santana
Em 14 de setembro de 2023, um ataque a tiros dentro de um restaurante no centro de Feira de Santana resultou na morte de quatro pessoas identificadas como membros da comunidade cigana: Amilton Valadares (50), Jofre Souza (49), Agnaldo Souza Júnior (35) e Altamir Santos (27). Durante o ataque, uma mulher de 40 anos também foi ferida, sendo esposa de um dos falecidos. Testemunhas relataram que quatro homens encapuzados, aparentemente portando distintivos policiais, realizaram os disparos e fugiram em seguida.
Chacina em Jequié
Outro caso chocante ocorreu em 5 de outubro de 2023, quando seis membros de uma mesma família foram assassinados em Jequié, incluindo uma criança e uma mulher grávida. O atentado foi identificado como um ataque orquestrado por rivais. Com a linha de investigação confirmando a disputa entre famílias ciganas iniciada em 2017, a luta pela influência e poder na comunidade se intensificou com esses atos de violência. O armamento utilizado nos crimes foi recuperado em Alagoinhas, a aproximadamente 78 km de Feira de Santana.
Repercussões das investigações
As investigações sobre as chacinas revelaram conexões perigosas nas quais um policial militar aparentemente esteve envolvido. Ele foi preso em Alagoinhas durante uma operação, identificado como o executor que organizava os crimes a mando de Diego Barreto. Até o presente momento, outras três prisões foram realizadas, incluindo a do executor e do motorista que garantia a fuga.
Esses eventos alarmantes têm causado grande comoção na sociedade baiana, especialmente entre as comunidades ciganas, que já enfrentam um histórico de discriminação e violência. As forças de segurança agora intensificam seus esforços em erradicar essa criminalidade que, conforme demonstrado, não só atinge indivíduos, mas também abala toda uma comunidade.
Conclusão
Com a prisão de Diego Barreto, a Polícia Civil da Bahia dá um passo significativo na luta contra a impunidade para crimes graves. A comunidade espera que a justiça seja feita e que as razões por trás de tamanha violência sejam suficientemente investigadas e resolvidas, evitando que tragédias semelhantes voltem a ocorrer. A continuidade do trabalho das autoridades será crucial para restaurar a paz e a segurança em regiões afetadas pela violência.