A controvérsia envolvendo Theo Von, uma figura conhecida inicialmente como participante de reality show e atualmente como comediante e podcaster, reacendeu debates sobre ética e responsabilidade na utilização de conteúdo por instituições oficiais. Em setembro de 2024, o Departamento de Homeland Security (DHS) compartilhou um vídeo viral de 31 minutos, que incluía uma frase dita por Theo: “Heard you got deported, dude. Bye.” A peça de vídeo foi produzida em formato de meme, usando a música “Dramamine” de 2024 e dados sobre deportações pelo ICE, criando uma narrativa sensacionalista sobre política migratória.
Ao perceber o uso não autorizado de seu conteúdo, Theo rapidamente se manifestou. Em publicação no Twitter, ele afirmou: “Yooo DHS, não aprovei o uso nisso, envie um cheque e tire isso do ar imediatamente. Minhas opiniões sobre imigração são muito mais complexas do que esse vídeo sugere. Bye!” Sua resposta revelou surpresa e descontentamento com a manipulação do seu material, especialmente considerando seu envolvimento anterior com a campanha de Trump, incluindo entrevista em agosto de 2024 e apoio público à campanha presidencial de 2024.
No entanto, a reação de parte do público foi mais cética. Muitas pessoas ressaltaram que Theo, ao participar de entrevistas e se posicionar publicamente a favor de Trump, havia, de fato, contribuído para o apoio à política de deportações defendida pelo ex-presidente. Um usuário pontuou que, apesar da resposta de Theo, suas próprias ações anteriores indicavam uma postura mais ambígua e, por vezes, alinhada com discursos de deportação e imigração rígida.
A discussão levanta questões importantes sobre autoria, consentimento e uso de figuras públicas em campanhas políticas ou ações institucionais. Além disso, evidencia como o ambiente digital pode transformar opiniões e objetivos pessoais, podendo gerar conflituosas interpretações de alguém que, inicialmente, busca manter uma postura mais neutra ou satírica.
Enquanto algumas vozes criticaram duramente o DHS por usar conteúdo não autorizado e de forma sensacionalista, outras apontaram para a cultura de “sh*tposting” que caracteriza parte do ambiente online, onde o humor ácido muitas vezes serve de arma tanto para críticas quanto para humilhações públicas.
Em última análise, o episódio destaca a complexidade de responsabilidades na era digital, em que figuras públicas e instituições precisam estar atentas às implicações do uso de conteúdo alheio. A situação de Theo pode ser vista como um exemplo de como a ambiguidade nas ações públicas pode se transformar em um conflito de interesses e percepções, trazendo à tona debates sobre ética, liberdade de expressão e limites de manipulação de imagens na política contemporânea.