Brasil, 24 de setembro de 2025
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Justiça condena embaixada do Canadá a pagar direitos trabalhistas

Decisão reconhece direitos de ex-vigilante que trabalhou 13 anos para a embaixada em Brasília, estabelecendo um importante precedente.

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal proferiu uma decisão significativa, condenando a Embaixada do Canadá em Brasília a reconhecer os direitos trabalhistas de um ex-vigilante que atuou na representação por 13 anos. Este caso ressalta a importância da proteção dos direitos dos trabalhadores, mesmo quando se trata de entidades diplomáticas.

Contexto da condenação

Após ser demitido sem justa causa, o ex-vigilante, que atualmente tem 51 anos, buscou a Justiça para reivindicar direitos que, segundo ele, não foram reconhecidos pela embaixada. A condenação foi fixada inicialmente em R$ 30 mil, valor que será revisado e, espera-se, superado após novas considerações judiciais.

Decisão da Justiça

A juíza Thaís Bernardes Camilo Rocha determinou que a embaixada deve proceder com o pagamento das horas extras trabalhadas, além de um adicional de periculosidade de 30%, o que inclui também reflexos em férias, 13º salário e FGTS. A decisão ainda garantiu gratuidade de Justiça ao ex-funcionário, além de condenar a embaixada ao pagamento de custas processuais e honorários sucumbenciais.

Embora o tribunal tenha rejeitado o pedido de indenização por assédio moral feito pelo trabalhador, a validação das horas extras e do adicional de periculosidade foi comemorada pelo advogado do ex-vigilante, Marcelo Lucas. Ele destacou que essa decisão, embora parcial, marca uma vitória importante na luta pelos direitos trabalhistas.

Reconhecimento de direitos fundamentais

O advogado Lucas afirmou que a condenação serve como um reforço da jurisprudência vigente no Brasil, a qual afirma que nenhum trabalhador pode ser privado de seus direitos, independentemente da natureza de seu empregador. Isso é especialmente relevante para casos que envolvem missões diplomáticas, que em muitos momentos são vistas como intocáveis devido à sua natureza internacional.

A decisão, proferida na última terça-feira (16), ainda cabe recurso, e o g1, veículo que inicialmente trouxe a reportagem, está em contato com a Embaixada do Canadá para obter uma posição oficial, mas até o momento não houve retorno.

Impacto e precedentes

O caso do ex-vigilante não é isolado e pode influenciar outros episódios semelhantes no futuro. A vitória em questão pode abrir precedentes legais que garantam a proteção dos direitos dos trabalhadores contratados por embaixadas e outras entidades estrangeiras no Brasil. Isso enfatiza não apenas o dever das representações diplomáticas de respeitar as leis trabalhistas brasileiras, mas também o compromisso do Poder Judiciário em defender os direitos fundamentais dos trabalhadores.

As situações de demissão e os direitos trabalhistas associados a funções em organismos diplomáticos são complexos e frequentemente envolvem nuances legais. Este caso específico é um chamado à importância da fiscalização e da justiça social, destacando que todos, independentemente de sua posição ou do tipo de empregador, têm direito a ser respeitados e a receber a remuneração devida por seu trabalho.

Considerações finais

A decisão do Tribunal de Justiça do DF ressoa como um marco significante na discussão dos direitos trabalhistas no Brasil. À medida que a sociedade se torna cada vez mais consciente da importância da proteção dos trabalhadores, decisões como essa podem estimular mais denúncias e, consequentemente, mais reconhecimentos de direitos que historicamente foram ignorados, especialmente dentro de instituições diplomáticas.

Ao final, a esperança é que esse caso inspire outros trabalhadores a buscar seus direitos, contribuindo assim para um ambiente de trabalho mais justo e igualitário em todas as esferas da sociedade.

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