Brasil, 24 de setembro de 2025
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Empresas industriais aumentam uso de inteligência artificial em 163% em dois anos

Número de companhias na indústria que utilizam IA mais que dobrou, atingindo crescimento de 163% entre 2022 e 2024

De 2022 para 2024, o número de empresas do setor industrial que adotam a tecnologia de inteligência artificial (IA) mais que dobrou, passando de 1.619 para 4.261, uma alta de 163%. Essa evolução reflete uma mudança significativa na adoção de soluções digitais na indústria brasileira, segundo dados da Pesquisa de Inovação Semestral (Pintec), divulgada pelo IBGE.

Expansão do uso de IA na indústria brasileira

No primeiro semestre de 2023, 41,9% das empresas industriais pesquisadas já utilizavam IA, contra apenas 16,9% em 2022. A pesquisa foi feita com uma amostra de 1.731 empresas do setor, entre um universo de 10.167 companhias com 100 ou mais empregados, financiada pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e com apoio técnico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Fatores que impulsionaram o crescimento

Segundo o gerente de pesquisas do IBGE, Flávio José Marques Peixoto, o avanço da IA está relacionado principalmente ao maior uso de IAs generativas, como o ChatGPT, que popularizou o conteúdo criado por software de inteligência artificial, lançado em novembro de 2022. “A disponibilidade dessas ferramentas tem impulsionado o aumento”, explica.

Entre as aplicações destacadas na indústria, estão mineração de dados, reconhecimento de fala, análise de imagens, geração de linguagem natural, aprendizado de máquina, automatização de processos e manutenção preditiva, que permite ações autônomas na movimentação de máquinas e na tomada de decisões.

Perfil das empresas e setores mais avançados

O estudo revela que o uso de IA é mais presente em empresas de maior porte, com 57,5% das companhias com 500 ou mais empregados adotando a tecnologia. Nas de 250 a 499 empregados, esse índice é de 42,5%, e entre as de 100 a 249 funcionários, de 36,1%. As áreas com maior uso de IA são administração (87,9%) e comercialização (75,2%).

Quanto aos setores, os que lideram o uso de tecnologias digitais, incluindo IA, são equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos (72,3%), máquinas e materiais elétricos (59,3%) e produtos químicos (58%). Em contrapartida, os setores de fumo, couro e manutenção apresentam menor índice de adoção.

Tecnologias digitais avançadas e seus benefícios

Além da IA, 89% das empresas industriais utilizam alguma tecnologia digital avançada, sendo a computação em nuvem (77,2%) e a internet das coisas (50,3%) as mais comuns. Outras tecnologias incluem robótica, análise de big data e manufatura aditiva. Apenas 5% das empresas usam todas as seis tecnologias mapeadas pelo estudo.

Entre os benefícios destacados pelos empresários estão aumento de eficiência (90,3%), maior flexibilidade nos processos (89,5%) e melhora no relacionamento com clientes e fornecedores (85,6%). A entrada em novos mercados foi citada por 43,8% das companhias que adotaram tecnologias digitais.

Motivações e desafios na adoção

Decisões estratégicas autônomas motivaram 88,6% das empresa a adotarem tecnologias digitais, enquanto influências de fornecedores, clientes e concorrentes também foram fatores relevantes. Apesar do crescimento do interesse, apenas 9,1% das empresas receberam algum tipo de incentivo público, embora 51,9% tenham mencionado a influência da concorrência.

Segundo Flávio Peixoto, a implementação dessas tecnologias muitas vezes é uma questão de sobrevivência. “As empresas que não se digitalizarem podem ser excluídas da cadeia de produção”, alerta.

Custos, mão de obra e o futuro do teletrabalho

O estudo aponta que o alto custo das soluções (78,6%) e a falta de profissionais qualificados (54,2%) continuam sendo grandes obstáculos à adoção de tecnologias digitais, especialmente para pequenas e médias empresas. Para as que não usam essas soluções, os custos também são a principal justificativa (74,3%).

Outro dado relevante é a redução do teletrabalho no setor industrial, que caiu de 47,8% em 2022 para 43% em 2024. Sectores administrativos e comerciais continuam liderando essa modalidade, enquanto áreas de produção e logística apresentam menor incidência.

Para mais informações, acesse a fonte original.

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