Brasil, 24 de setembro de 2025
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Crise na Kenvue após declaração de Trump sobre Tylenol

Trump questiona segurança do Tylenol, revitalizando processos judiciais e ameaçando a maior marca da fabricante, a Kenvue.

A declaração do ex-presidente Donald Trump, ao pedir que consumidores “não tomem” Tylenol, reacendeu uma série de litígios contra a fabricante, a Kenvue, que enfrenta sua maior crise de relações públicas desde os anos 1980. Os comentários aconteceram após o governo dos EUA indicar riscos do uso do paracetamol na gravidez, potencialmente ligados ao autismo.

Implicações jurídicas e riscos à marca

A Food and Drug Administration (FDA) lançou um processo para alterar os rótulos do Tylenol, alertando para uma possível associação entre o uso do medicamento por gestantes e o autismo em crianças. Caso a Kenvue seja obrigada a incluir esse aviso, consumidores poderão utilizar essa informação em processos judiciais futuros, conforme especialistas do setor.

Segundo nota oficial da empresa, “o aviso da FDA afirma que uma relação causal não foi estabelecida”, e a companhia mantém confiança na ciência. Ainda assim, advogados dizem que o alerta pode ser uma ferramenta poderosa em tribunais, mesmo que estudos atuais não comprovem a ligação direta.

Contexto e impacto na Kenvue

A fabricante do Tylenol enfrenta um momento turbulento, agravado por dificuldades econômicas e uma redução nas vendas orgânicas por dois trimestres consecutivos, além de pressões de investidores ativistas. A crise de relações públicas remete ao episódio de 1982, quando cápsulas adulteradas causaram várias mortes.

Nos mercados, a reação foi de cautela: as ações da Kenvue fecharam em alta de 1,6% na terça-feira, refletindo o alívio de que o governo não proibiu o medicamento. Ainda assim, a empresa acumula queda de 19% neste ano.

Consequências e próximos passos

Especialistas jurídicos consideram que a mudança no alerta dos EUA pode aumentar os litígios contra a empresa. Elizabeth Burch, professora de direito da Universidade da Geórgia, questiona se a estratégia de processar o governo será uma tentativa de reverter a narrativa, independentemente de méritos legais.

Já representantes da Kenvue reafirmam que os estudos atuais não demonstram causalidade entre Tylenol e autismo, e que continuarão confiando na ciência. Ainda assim, o risco de novos processos e possíveis mudanças de rotulagem podem afetar duramente a marca.

Perspectivas futuras

A empresa anunciou uma revisão de seu portfólio e nomeou Kirk Perry como CEO interino, buscando estabilizar os negócios. Especialistas apontam que a situação exige estratégias de relacionamento com investidores e uma comunicação mais transparente com o público.

Enquanto isso, a questão do risco do Tylenol se mantém no centro das atenções, podendo influenciar as vendas e a reputação da marca no longo prazo.

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