O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou nesta quarta-feira que o Brasil está no centro das atenções globais em termos de investimentos, impulsionado por uma forte demanda por títulos brasileiros em dólar. O movimento ocorre em meio a uma readequação das carteiras internacionais de investimentos financeiros.
Emissão de títulos e fortalecimento do mercado externo
Segundo Ceron, a captação de empresas brasileiras no exterior neste ano superou em 29% a totalidade de 2024, refletindo o aumento do interesse internacional pelo país. “A emissão de títulos do Tesouro em dólar, no início deste mês, validou a tese de que o Brasil poderá atrair mais investimentos”, comentou o secretário.
Na operação mais recente, o Tesouro ofereceu dois títulos, um com prazo de cinco anos e outro de 30 anos, com a oferta de US$ 750 milhões no vencimento mais curto. A taxa obtida nesse leilão apresentou o menor spread em relação aos títulos do Tesouro americano de prazo semelhante, demonstrando boa receptividade do mercado.
Estímulo à atração de recursos e próximas estratégias
A emissão reforçou a percepção de que o Brasil está no caminho certo para estimular a entrada de recursos internacionais. “Esta forte demanda potencializa a emissão de novos títulos do Tesouro, podendo incluir, futuramente, ‘green bonds’ ou títulos verdes, destinados a projetos de sustentabilidade ambiental”, explicou Ceron.
O país já realizou duas emissões de ‘green bonds’, cada uma de US$ 2 bilhões, com recursos destinados ao Fundo Clima, gerido pelo Ministério do Meio Ambiente. Além disso, o secretário revelou que o governo trabalha para futuras operações, mas sem precisar datas específicas.
O papel das emissões na política de referência e na economia
Ceron destacou que as emissões do Tesouro servem de referência para as ofertas de títulos de grandes companhias brasileiras no exterior, facilitando o fluxo de recursos para o setor privado. “Os resultados recentes podem justificar novas operações, o que reforça a atratividade do Brasil no cenário internacional”, afirmou.
Ele também reforçou a importância do Fundo Clima, que, com recursos do Tesouro e do Orçamento de 2026, deve continuar apoiando projetos de energia renovável e sustentabilidade. Atualmente, o fundo conta com aportes de R$ 20 bilhões realizados pelo Tesouro.
Perspectivas e desafios econômicos
Ao ser questionado sobre a taxa de juros e o cenário doméstico, Ceron reiterou que a atual política de controle monetário é essencial para manter a estabilidade econômica. “Apesar do impacto na dívida pública, a manutenção de juros elevados é necessária para controlar a inflação, mesmo com o ambiente internacional volátil”, declarou.
Ele também demonstrou otimismo acerca da aprovação de reformas fiscais pelo Congresso, afirmando que o governo aposta na responsabilidade do Legislativo para facilitar o ajuste das contas públicas e consolidar o cenário favorável às emissões de títulos.
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