# Análise das ações de Trump e impacto na relação com o Brasil
Durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU, Donald Trump fez um gesto de aproximação ao Brasil. No entanto, esse movimento não significa necessariamente uma mudança na postura dos Estados Unidos frente ao país, segundo Roger Fisk, estrategista global de comunicação que atuou na campanha e no primeiro governo de Barack Obama e é consultor da gestão de Joe Biden.
Reação do mercado aos movimentos de Trump
A aproximação de Trump gerou reações positivas no mercado financeiro: o dólar atingiu seu menor patamar do ano, e a Bolsa de Valores renovou recordes. Segundo nota publicada pelo O Globo, a queda do dólar e a alta na Bolsa estão relacionadas à possível reaproximação entre Trump e o presidente Lula.
Perspectiva de ações pessoais de Trump
O impacto das ações pessoais na política internacional
Fisk explica que é comum tentar interpretar as ações de Trump como parte de uma estratégia política ou visão de mundo. No entanto, na sua avaliação, suas atitudes são guiadas por questões pessoais e circunstâncias específicas. Assim, a defesa da liberdade de expressão nas redes sociais, por exemplo, representa mais um reflexo da dinâmica pessoal do ex-presidente dos EUA do que uma estratégia política planejada.
A influência do elemento pessoal nos relacionamentos internacionais
O estrategista destaca que a relação pessoal entre líderes pode facilitar ou dificultar a cooperação entre países. “Trump dá uma ênfase excessiva ao aspecto pessoal, o que pode gerar resultados favoráveis em alguns momentos e dificuldades em outros”, afirma Fisk. Ele adianta que, atualmente, estamos em um ponto de virada, pois as tarifas aplicadas a outros países começarão a impactar a população dos EUA diretamente.
Impactos econômicos e tensões diplomáticas
Fisk afirma que as tarifas que Trump estabeleceu tendem a ser sentidas pelos varejistas americanos, que eventualmente repassarão esses custos aos consumidores. Isso pode gerar uma conscientização maior sobre as tensões comerciais em andamento. Além disso, a iniciativa do governo Lula de regulamentar as redes sociais também pode tensionar as relações com os EUA, embora o especialista avalie que a questão está mais relacionada a uma dinâmica pessoal do que a uma política oficial.
Tensão por redes sociais e comunicação pública
Segundo Fisk, o Brasil não está sendo alvo de uma política de censura, mas de uma questão pessoal do próprio Trump, fortemente relacionada à afinidade filosófica com o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Para o especialista, a estratégia de comunicação pública precisa ser mais humanizada, explicando melhor as motivações das políticas para o público, especialmente em tempos de crescimento do uso de inteligência artificial na comunicação política.
Futuro das relações com o Brasil
Fisk prevê que, seguindo seu comportamento atual, Trump continuará usando relações pessoais e a influência de sua relação com Bolsonaro para guiar suas decisões tarifárias e comerciais com o Brasil. Ainda assim, obstáculos podem surgir, como ações do Judiciário americano, que dificultariam essa atuação excessivamente personalista do ex-presidente.
Percepção pública e conjuntura internacional
O especialista também comenta que o consumo de notícias nos EUA vem sendo marcado por uma sobrecarga de informações, que dilui a atenção para questões específicas, como a relação comercial com países como o Brasil. Fisk destaca a importância de os governantes brasileiros comunicarem melhor seus sucessos econômicos, principalmente em indicadores como o desemprego, para que a população compreenda seu real impacto.
O papel da inteligência artificial na comunicação política
Por fim, Fisk aposta no aumento do uso de IA na influência digital e no engajamento político. Ele observa que ações automatizadas estão se tornando comuns nos EUA, o que pode gerar um aumento do ruído na comunicação e dificultar a distinção entre opiniões genuínas e ações de bots.
Mais detalhes sobre as avaliações de Fisk podem ser acessados no Link original.