Durante sua fala de quase uma hora na Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira, o presidente Donald Trump surpreendeu ao mencionar um breve encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A referência aos 39 segundos em que afirmou ter tido química com o líder brasileiro, que marcará encontro na próxima semana, acendeu a expectativa de uma possível melhora nas relações entre os dois países.
Repercussões do encontro entre Trump e Lula
Segundo o professor de Relações Internacionais da PUC-Rio, Carlos Frederico de Souza Coelho, essa aproximação pode representar uma oportunidade de abrir um canal de negociação aberto, quebrando o gelo nas relações bilaterais que estavam estacionadas desde a implementação da sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros. “O breve encontro poderia indicar uma chance de diálogo. Embora não seja garantia de sucesso, é um avanço”, avalia.
Potencial de avanço nas negociações comerciais
Para o ex-diretor do Banco Mundial, Carlos Primo Braga, o contato mais próximo entre Trump e Lula pode sinalizar uma mudança de postura e facilitar futuras negociações. “O interesse de Trump é, sobretudo, transacional. O Brasil precisa mostrar motivos relevantes para retomar diálogos comerciais”, afirma Braga. Desde 2008, a balança comercial entre os dois países tem sido deficitária para o Brasil.
Significado e próximos passos na agenda bilateral
O professor da PUC-Rio destaca que o grande desafio agora é compreender o que de fato significa essa agenda anunciada por Trump. “O encontro, se acontecer, será determinante para avaliar se há possibilidade de avanços em arranjos institucionais internacionais que envolvam Brasil e Estados Unidos”, explica.
O que está em jogo, segundo ele, é entender se a aproximação gerada no discurso na ONU resultará em uma reunião presencial e, eventualmente, em conversas mais aprofundadas. “Os próximos discursos na ONU serão importantes para analisar se há condições de avançar na política multilateral, especialmente com um cenário de incertezas no relations diplomáticas globais”, observa.
Perspectivas futuras e o papel do Brasil
De acordo com o especialista, o Brasil precisa aproveitar esses momentos, mantendo uma postura de não alinhamento total, como defendem alguns analistas internacionais. “É fundamental que o país se coloque como um ator independente, incentivando o multialinhamento, e continue buscando negociações que possam abrir espaço para maior inserção internacional”, conclui.
Mais detalhes sobre o potencial encontro e seus desdobramentos podem ser acompanhados nos próximos discursos e ações oficiais em Nova York e Brasília. Para ler mais, acesse o artigo completo no Globo.