Brasil, 23 de setembro de 2025
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São Paulo busca parar “Titanic” e sanear cofres; veja quando

A diretoria do São Paulo firma parceria com fundo para reduzir dívidas, que somam quase R$ 1 bilhão, e planejamento financeiro promete melhorias.

O planejamento financeiro do São Paulo vem sendo alvo de críticas da torcida, especialmente após o clube registrar um aumento da dívida em R$ 287,6 milhões de 2023 para 2024, alcançando quase R$ 1 bilhão no total. Diante dessa situação preocupante, a diretoria tricolor decidiu adotar uma nova abordagem e anunciou uma colaboração com um fundo de investimentos para tentar equilibrar as contas.

Parceria com fundo de investimento

O acordo firmado com o FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios), administrado pela Oufield, um grupo especializado em negócios esportivos, em parceria com a Galápagos, estabelece diversas restrições nos investimentos esportivos e uma rigidez fiscal reforçada no clube. Em contrapartida, o fundo busca captar recursos no mercado que serão destinados ao São Paulo para amortizar parte de sua dívida com instituições financeiras.

Conforme informações divulgadas pela gestora na última semana, o Tricolor já conseguiu reduzir aproximadamente 17% de seu endividamento bancário em comparação a 2023. Ao todo, o clube receberá R$ 240 milhões do fundo, sendo que R$ 135 milhões já foram captados, e os R$ 105 milhões restantes serão entregues de forma gradual, conforme o São Paulo demonstrar novos recebíveis que possam ser antecipados.

A comparação com o Titanic

Nesta terça-feira (23), em entrevista ao canal do YouTube Arnaldo e Tironi, dos jornalistas Eduardo Tironi e Arnaldo Ribeiro, Pedro Oliveira, sócio-fundador da Oufield, explicou os primeiros passos para eliminar essas dívidas. Durante a conversa, o gestor fez uma comparação audaciosa ao likar a situação financeira do São Paulo ao famoso navio Titanic.

“Esse primeiro ano é mais duro, normal. Tem que ‘estacionar o Titanic’ e começar a dar ré. Estacionar o Titanic é difícil, mas quando você sair dessa inércia e dar ré, a tendência é que as coisas evoluam”, iniciou Pedro Oliveira. Ele prosseguiu afirmando que estão sendo observados os primeiros sinais de recuperação financeira. “Tivemos um primeiro trimestre de 2025 ainda com déficit, um segundo trimestre com um déficit um pouco menor. Já no terceiro aponto um pouco de superávit e no quarto esperamos mais superávit. Para, no final dos 12 meses, a fotografia do primeiro ano ser positiva. Não é um trabalho simples”, concluiu Oliveira.

Esperança para o futuro

Com quase um ano de operações, o FIDC começou a funcionar em outubro do ano passado e tem como objetivo resolver os problemas financeiros a curto prazo. Entretanto, Pedro Oliveira enfatizou que enxerga 2026 como um ano ainda de adaptação e redução de custos, para que em 2027 o São Paulo comece a colher os frutos desse planejamento financeiro.

“2026 é um ano de transição ainda. Em 2027, como estamos vendo, o clube deve começar a beber essa água limpa”, ressaltou o gestor, referindo-se à expectativa de um cenário financeiro mais saudável nos próximos anos.

A dívida como vilã ou aliada?

Além disso, ele abordou o tema da dívida, ressaltando que, embora frequentemente vista como uma vilã nos clubes brasileiros, essa não é necessariamente a realidade. “A dívida não é um negócio ruim por si só. No futebol brasileiro, ela é a vilã da história, porque os clubes não souberam usar o financiamento de forma responsável dentro das suas limitações. Se conseguirmos posicionar o clube em um momento em que a dívida se torne saudável e não custe tanto, isso deixa o clube em um nível mais interessante”, comentou Pedro Oliveira.

Com essas ações e adaptações, a diretoria do São Paulo mostra-se determinada em mudar a trajetória do clube rumo a um futuro financeiro mais sólido, buscando não apenas sanear suas dívidas, mas também estabelecer um novo paradigma para a gestão financeira no futebol brasileiro.

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